Fiocruz e instituto chinĂȘs assinam acordo de cooperação cientĂ­fica

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou no Ășltimo dia (12), em Pequim, um acordo de cooperação na área de ciência e...

Por Jota Silva em 14/04/2023 às 09:06:11

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou no Ășltimo dia (12), em Pequim, um acordo de cooperação na ĂĄrea de ciĂȘncia e tecnologia com a instituição chinesa CAS-TWAS Centro de ExcelĂȘncia para Doenças Infecciosas Emergentes (CEEID, na sigla em inglĂȘs). Entre as medidas, estĂĄ prevista a criação do Centro Sino-Brasileiro de Pesquisa e Prevenção de Doenças Infecciosas (IDRPC). Uma sede vai ser em Pequim e a outra no Rio de Janeiro, no Campus Manguinhos.

A parceria é voltada especialmente para prevenção e controle de pandemias e epidemias, e de doenças infecciosas. Entre elas, covid-19, influenza, chikungunya, zika, dengue, febre amarela, oropouche e tuberculose. Também existe o compromisso de desenvolver bens pĂșblicos de saĂșde global, como testes de diagnósticos rĂĄpidos, terapias, vacinas e fĂĄrmacos.

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Segundo a Fiocruz, as conversas para assinar o acordo começaram antes de 2019, mas houve atraso por causa da pandemia e de questões polĂ­ticas. O órgão atribui à mudança no governo federal a razão pela qual foi possĂ­vel firmar a parceria agora e reaproximar os interesses de Brasil e China.

"Além da cooperação jĂĄ em curso no campo da genômica, nós também queremos dar um carĂĄter mais tecnológico a essa parceria e desenvolver produtos para a saĂșde. Também estamos considerando fazer editais conjuntos relacionados a projetos especĂ­ficos e aumentar o fluxo de pesquisadores entre a China e o Brasil. E um dos pontos de destaque é a realização de um seminĂĄrio até o Ășltimo trimestre desse ano ou primeiro trimestre do ano que vem, para que identifiquemos pontos de conexão e potenciais contratos", disse o presidente da Fiocruz, Mario Moreira.

"Este acordo reforça a cooperação em saĂșde pĂșblica", comentou Shi Yi, diretor executivo do CEEID.

Tanto a sede em Pequim como a no Rio de Janeiro vão ter pesquisadores dos dois paĂ­ses. Além da troca de conhecimentos e tecnologias, estão previstos projetos conjuntos, como o desenvolvimento de novas vacinas, anticorpos terapĂȘuticos e medicamentos para doenças infecciosas agudas e crônicas, além de colaborações em medicina tropical. Em Pequim, o centro funcionarĂĄ no Instituto de Microbiologia. No Brasil, ficarĂĄ no prédio do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em SaĂșde (CDTS), ainda em construção, com previsão de entrega no fim de 2024.

"Pela primeira vez vamos estabelecer dois centros fĂ­sicos, que serão usados por pesquisadores brasileiros e chineses. Estamos transformando eventos que eram de curta duração, como as visitas de pesquisadores, em atividades permanentes. A ideia é ter aqui cientistas chineses por longos perĂ­odos, um mĂȘs, um ano, dois anos", disse Carlos Morel, coordenador do CDTS.

Intercâmbio de conhecimento

Dentre as trocas de conhecimento, a China tem interesse especial na produção da vacina contra a febre amarela, tecnologia que a Fiocruz jĂĄ domina hĂĄ um tempo. As obras chinesas de infraestrutura na África aumentaram e trabalhadores do paĂ­s asiĂĄtico tĂȘm contraĂ­do a doença. Para o Brasil, é interessante ter acesso ao processo de produção do Ingrediente FarmacĂȘutico Ativo (IFA), usado em vacinas como a da covid-19.

Histórico cientĂ­fico

Brasil e China começaram a se aproximar mais no campo cientĂ­fico com a visita de uma delegação liderada pelo cientista George Fu Gao, então diretor do Centro ChinĂȘs de Controle e Prevenção de Doenças (CDC/China), em junho de 2017. No mesmo ano, Gao e NĂ­sia Trindade Lima, presidente da Fiocruz à época, assinaram um Memorando de Entendimento para o desenvolvimento de projetos de pesquisa e tecnologia. Participaram também o ministro da SaĂșde no Brasil, Ricardo Barros, e o vice-ministro chinĂȘs, Guoqiang Wang. Desde então, comunicações entre os cientistas dos dois paĂ­ses tĂȘm aumentado, com realização de seminĂĄrios, artigos e intercâmbios acadĂȘmicos.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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