Nos últimos quinze anos, grande parte das análises comparativas das relações executivo-legislativo na cidade de Açailândia baseou-se no pressuposto de que o confronto entre dois poderes eleitos de governo gera dois efeitos opostos: estabilidade das políticas e instabilidade do regime. Diante de uma revisão das ações pelo ponto de vista executivo e legislativo desses argumentos, sustento que as expectativas simultâneas de estabilidade das políticas e instabilidade do regime geram um paradoxo analítico. E o único modo de resolver esse paradoxo é discriminando situações em que preferências em relação a políticas públicas sejam independentes de preferências quanto a instituições. Mas o que quero dizer sobre todo esse argumento?
Excluindo Aluísio Sousa deste paradoxo, reconheço que a câmara de vereadores eleita em 2016 por si só foi inoperante ao longo de seus quase 4 anos, por vários fatores individuais e coletivos, mas devemos destacar alguns fatos marcantes que preponderaram por exemplo, o afastamento do Presidente Ceará, até então, segundo fontes seguras, literalmente deu um não ao antigo gestor, pagando caro por tal feito. Mas por que o Vereador Ceará ao dar um sonoro não ao então prefeito Juscelino Oliveira, desestabilizou os trabalhos da casa de leis da cidade?
A cidade de Açailândia com a saída de Gleide Santos, viveu um espécie de canteiro de obras, onde todos batiam palmas para o que estava sendo feito, na verdade, Açailândia estava sendo preparada para gerar dividendos reais a um governo que prometia transformar a cidade, mas que na verdade, não era bem isso que iria acontecer.
Nas eleições de 2016, pelos bastidores, já era falado do plano maquiavélico daquela gestão, fazendo um grupo de vereadores agir em segredo, na iminência de nomear um presidente da casa de leis, que batesse de frente com aquele sistema, Ceará, então vereador eleito, foi o escolhido. Já de posse do cargo de presidente, Ceará em momento algum recuou dos objetivos traçados pelo então grupo dos 10's (G10). Criando um problema a todo planejamento da gestão executiva da época, devo dizer que, Ceará criou uma instabilidade nos regimes, muito mais por não concordar em ser usado como massa de manobra por um prefeito que ao afastá-lo (diante de inúmeras armações políticas e jurídicas), reinou absoluto a base decretos que só não faliram a cidade, por que o vereador Ceará virou o jogo jurídico e pode voltar no mesmo momento que este gestor era pressionado a sair.
Notem que duas conjunturas aconteceram ao mesmo tempo, o prefeito leviano é convidado a sair e o presidente da casa de leis retorna a seu cargo. As conclusões estão aí, Aluísio eleito pelo voto a prefeito, muito mais por ter tido a sombra de um presidente que atuando nos bastidores, abriu caminho para uma estabilidade política sentida por todos na cidade, elevando o nível político empregado por Aluísio Sousa em tão pouco tempo, que através do bom trabalho deste presidente que enfim pode mostrar que não foi uma escolha equivocada, mas uma grata surpresa a frente da casa de leis. Ceará, ao voltar, pode mostrar que é de fato a melhor escolha para presidir mais uma vez a casa de leis neste primeiro biênio 2021-2022.
Fonte: Atribuna