Animação brasileira "O Diário de Mika" conquista crianças em mais de cem países ao estimular a inteligência emocional

Presente em mais de cem países, a série de animação brasileira “O Diário de Mika” tem ganhado cada vez mais destaque internacional, e um dos fatores...

Por Jota Silva em 11/04/2021 às 07:50:10

Presente em mais de cem países, a série de animação brasileira “O Diário de Mika” tem ganhado cada vez mais destaque internacional, e um dos fatores que mais contribui para isso é o fato de o desenho não ter sido criado apenas para entreter as crianças, mas também para educar e trabalhar a inteligência emocional delas com o intuito de trazer benefícios futuros aos pequenos. Criado por Elizabeth Mendes e produzida por Dario Bentancour, da Supertoons, o universo de Mika já é usado por professores nas escolas e tem agradado pais que buscam conteúdos educativos para os filhos. Em entrevista à Jovem Pan, Dario contou que teve o auxílio de uma psicopedagoga na criação do enredo e que o maior desafio que ele e Elizabeth enfrentaram foi o de criar um conteúdo adequado para o público de 2 a 5 anos. “Precisa ser algo que agrade a todos. Criança tem que gostar, os pais têm que aprovar e os educadores precisam ter interesse de usar nas salas de aula”, enfatizou. Quer saber mais detalhes dessa produção e por que ela é tão indicada para as crianças? Então confira algumas curiosidades sobre “O Diário de Mika”, que está disponível na Panflix, a plataforma de streaming da Jovem Pan, que ganhará novos episódios da animação em breve.

Sobre o que é o desenho?

A série de animação acompanha as descobertas de Mika, uma menina de 4 anos que é curiosa e está aprendendo a lidar com situações que são novas para ela. Em cada episódio, ela usa um tablet para fazer um desenho e contar para seus brinquedos o que está acontecendo. Cada brinquedo representa uma emoção da protagonista (medo, raiva, curiosidade, insegurança, exibicionismo, preguiça) e eles ganham vida para ajudar a menina a resolver uma determinada situação. “Cada personagem é um alter ego da Mika, cada um representa uma emoção e em cada episódio ela trabalha com o personagem que representa o que ela está sentindo no momento”, explicou Dario. Todo capítulo também conta com uma música para ajudar a fixar a mensagem que está sendo passada e o produtor acrescentou que colocar muitas informações nos episódios não é indicado para a faixa etária do desenho. Por isso, as emoções são trabalhadas juntas.

Por que usar um tablet?

Ver uma criança de 4 anos com um tablet na mão pode parecer estranho para alguns pais, mas o produtor da animação diz que é algo proposital. A ideia de criar a Mika surgiu entre 2013 e 2014 e o plano inicial de Elizabeth era que a menina desenhasse em um caderno. “Falei para ela [Elizabeth] que poderíamos colocar um tablet, porque as crianças de hoje em dia já nascem cercadas de tecnologia. Ouvimos críticas, mas mostramos que a Mika faz um bom uso do tablet. Ele é sempre usado no quarto e para algo construtivo. A criança tem de ter tempo para tudo e a tecnologia está aí, não tem volta. Então, é necessário aprender a fazer um bom uso dela. A criança é observadora e repara a forma como a Mika usa o tablet dela”, afirmou Dario.

Além de estar disponível na Panflix, “O Diário de Mika” também foi licenciado pela Disney e está presente em mais de cem países. “A Mika fez muito sucesso nos canais Disney, foi top 5, só que é um produto licenciado, não é da marca Disney. Então, mesmo fazendo sucesso, ela tem um espaço limitado no canal”, explicou o produtor, que também comentou sobre o sucesso internacional do desenho. “Agora, a Mika está muito forte na Rússia, mas também está presente na China, na Europa e nos Estados Unidos. Até os 5 anos, a criança ainda não assimilou os traços culturais do local em que ela mora, então se a criança aqui do Brasil gosta, a criança de outro país vai gostar também.”

A intenção de Dario e Elizabeth foi criar um produto duradouro, assim como é “A Turma da Mônica”, cujo sucesso ultrapassa gerações. Em 2017, “O Diário de Mika” chegou a ser indicado ao Emmy, o principal prêmio da televisão mundial. “Para nós, esse foi um selo de qualidade. Ficamos muito felizes.” O processo de criação não é tão simples quanto parece. Para ter uma ideia, demora mais de um ano para fazer uma temporada de 26 episódios de sete minutos. “Primeiro se cria todo o universo, aí faz a pré-produção e depois começa a produzir de fato, então para sair o primeiro episódio pode demorar de seis a oito meses. Depois dá para sair três ou quatro episódios em um mês, mas no geral é um processo longo, mesmo com toda a tecnologia que nós temos hoje”, finalizou Dario.

Fonte: JP

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