O Instituto Gamaleya e o Fundo de Investimento Direto da RĂșssia, responsĂĄveis pela produção da vacina Sputnik V, divulgaram nota ontem (27) questionando a decisão da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa) de negar a importação de doses do imunizante, tomada ontem.
Segundo as instituições, a decisão da Anvisa "nada tem a ver com o acesso do regulador à informação ou à ciĂȘncia". Na nota, as organizações rebatem as ponderações e crĂticas feitas pela equipe técnica e conselheiros da Anvisa.
De acordo com as entidades russas, não foram encontrados adenovĂrus competente para replicação, um dos pontos levantados pela AgĂȘncia. Apenas os vetores adenovirais E1 e E3 são usados na fabricação da vacina, ambos inofensivos para o corpo humano.
A qualidade e segurança, acrescenta o comunicado, seriam garantidas por uma tecnologia de purificação de quatro estĂĄgios. Sobre a falta de acesso aos locais de fabricação por técnicos da Anvisa, a nota das entidades diz que a equipe teve acesso "a todos os documentos relevantes, bem como aos locais de pesquisa e produção".
Sobre dĂșvida em relação aos processos de esterilização, a nota das instituições coloca que os locais inspecionados "forneceram protocolos de avaliação de risco e também a carta oficial de compromisso que dizia claramente que a validação da filtração esterilizante serĂĄ realizada e os resultados serão enviados à Anvisa".
O Fundo e o Instituto Gamaleya argumentam que a eficĂĄcia e segurança foram confirmados por 61 reguladores nacionais em paĂses onde a vacina foi autorizada. Ainda conforme os autores da nota, estudo com 3,8 milhões de pessoas teria apontado eficĂĄcia de 97,6%.
O comunicado menciona estudos realizados em diferentes paĂses com resultados favorĂĄveis ao imunizante russo, como um realizado pelo governo da Hungria, outro do governo do México e outro do Ministério da SaĂșde da Argentina.
A AgĂȘncia Brasil entrou em contato com a assessoria da Anvisa sobre as alegações da nota e aguarda retorno.
Fonte: AgĂȘncia Brasil