Depois de dias tensos, com uma curva ascendente de contaminação pelo novo coronavírus e superlotação na rede de saúde que ameaçava colapso, Imperatriz vive dias mais calmos, mas que ainda exigem cautela na tomada de decisões quanto à capacidade da rede de atendimento, já que ainda há muita incerteza com relação à propagação e possibilidade de nova onda de contágio da Covid-19.
Com apenas 6 novas notificações nas últimas 24 horas a cidade tem um total de 4.550 casos diagnosticados de coronavírus, que representam quase 5% dos casos de todo o Maranhão – 106.906, dados da Secretaria de Estado da Saúde.
Nas últimas semanas o número de casos ativos vem registrando queda diária, mesmo quando contabilizados novos casos. A cidade continua em segundo lugar no ranking maranhense das cidades com maior número de notificações, atrás da capital, mas são 172 casos ativos da doença, número que tem sofrido redução dia após dia. Passou de 201 para 194, depois 176, até chegar a 172. O reflexo dessa redução também é visto nas altas hospitalares que podem resultar na desativação de leitos de UTI disponíveis em um dos hospitais particulares, referência para o tratamento da Covid-19 na rede privada.
No referido hospital, a alta da última paciente internada na UTI, uma idosa de 84 anos, foi comemorada pela equipe de enfermagem que homenageou com cartazes e uma dança bem animada todos os outros pacientes recuperados que passaram pela ala de UTI. Os 10 leitos agora estão vazios. Segundo a assistente social do hospital, 8 estão internados em enfermaria com quadro estável.
A ocupação nos hospitais da rede pública segue a mesma linha de redução. Dos 40 leitos de enfermaria reservados à Covid-19 no Hospital Municipal de Campanha, apenas 8 estão ocupados, que correspondem a 16%. Dos 10 de UTI, 6 pessoas seguem em tratamento intensivo.
No Hospital Macrorregional Ruth Noleto, 62 % dos leitos clínicos estão ocupados, e dos 54 leitos de UTI disponíveis, 22 estão livres, com uma ocupação atual de 59%. Mas o Comitê Estadual de Combate ao Coronavírus na Região Tocantina acredita que ainda não é o momento de desativar os leitos de UTI no hospital público, tendo em vista a demanda de municípios vizinhos e outros mais distantes, como Balsas, para os quais o Macrorregional é referência.
Ao todo, a rede pública em Imperatriz dispõe de 64 leitos de UTI, 26 estão livres, e dos 121 leitos clínicos, 62 estão desocupados.
Desde o início da pandemia, Imperatriz já registra 263 óbitos e nenhum foi incluído no boletim divulgado pela SES nas últimas 24 horas.
O avanço da Covid-19 no sul do Estado
A estabilização dos números com tendência de queda dos casos ativos em Imperatriz não sinaliza a realidade de todo o sudoeste estado. A Covid-19 ainda avança em cidades do interior, como Balsas, na região sul do Maranhão, que também é referência em saúde para outros 13 municípios do entorno.
Balsas tem, atualmente, segundo dados da SES, 1841 casos, mas os números divulgados pela prefeitura, com a demora nos resultados e informações da base de dados do Estado, são divergentes e alarmantes.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde são 2411 casos registrados, com 92 notificações nas últimas 24 horas. Desse total, 1317 são casos ativos e a cidade já contabiliza 22 mortes provocadas pela doença. O número de casos ativos em Balsas, que tem cerca de 97 mil habitantes, é quase 8 vezes maior que o número de casos ativos hoje Imperatriz, cidade de 250 mil habitantes. Os 10 leitos de UTI reservados para casos da Covid-19 no Hospital Regional de Balsas estão com 100% de ocupação e se houver necessidade, pacientes podem ser transferidos para Imperatriz.
Diante dos números, as autoridades de saúde acreditam que a cidade está no pico da transmissão, com cerca de 180 pessoas procurando atendimento diariamente, com sintomas da Covid-19.
O Imparcial