Promotores do Departamento de Justiça dos EUA solicitaram à empresa dados pessoais de 2 congressistas, assim como de seus funcionários e familiares, segundo o 'The New York Times'. Brasão do Departamento de Justiça (DOJ) dos Estados Unidos na fachada da sua sede em Washington, D.C., em foto de 10 de maio de 2021
Andrew Kelly/Reuters
Durante o mandato do ex-presidente Donald Trump, promotores do Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitaram à Apple dados pessoais de dois congressistas democratas, assim como de seus funcionários e familiares, segundo o jornal "The New York Times".
Os políticos faziam parte do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes.
Adam Schiff era o principal democrata do órgão e grande opositor de Trump. Atualmente, ele preside o comitê. Eric Swalwell confirmou à CNN que foi o segundo afetado. "Fui notificado pela Apple de que eles apreenderam meus registros".
Há alguns dias, o "NYT" revelou também que o Departamento de Justiça interceptou o histórico de telefonemas feitos por jornalistas do jornal durante o governo Trump. Repórteres do jornal "Washington Post" e da "CNN" também descobriram ter sido rastreados durante quatro meses.
Após a revelação do caso, o Departamento de Justiça americano afirmou que não buscará mais informações de repórteres em investigações de vazamentos.
Fachada da sede do jornal "The New York Times", em Nova York, em foto de 28 de junho de 2018
Mary Altaffer/AP
A nova descoberta do "New York Times" é que funcionários que trabalhavam para o então procurador-geral do país, Jeff Sessions, tentaram em 2017 e em 2018 encontrar a fonte dos vazamentos de informações confidenciais sobre contatos entre sócios de Trump e a Rússia.
O Departamento de Justiça conseguiu registros eletrônicos não apenas dos congressistas, mas também de seus funcionários e parentes, incluindo um menor de idade. A devassa atingiu 12 pessoas.
O jornal diz que investigadores provavelmente pensaram que os políticos usavam os aparelhos de pessoas próximas ou de seus filhos para esconder os contatos com jornalistas, mas não encontraram vínculos dos democratas do Comitê de Inteligência aos vazamentos.
Sem confirmar que foi um alvo da investigação, Schiff pediu que o inspetor geral do Departamento de Justiça revise "este e outros casos". O democrata afirmou Trump "tentou usar o Departamento como um bastão contra seus oponentes políticos e integrantes da mídia".
O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, democrata da Califórnia, em 3 de março de 2020 no Capitólio dos EUA
J. Scott Applewhite/AP
A democrata Nancy Pelosi, presidente da Câmara, também pediu uma investigação e chamou o caso de "horroroso". "Estas ações parecem ser outro ataque atroz à nossa democracia por parte do ex-presidente".
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