Entre as crianças e adolescentes entrevistados, 75% disseram que sentem falta das aulas presenciais ou de algum professor e 60% sentem falta do convívio social e dos amigos. Aqueles que acreditam que terão o futuro prejudicado devido à pandemia são 66%. Pelo menos 40% sonhavam com profissões antes da pandemia e agora esse percentual é de 37%. Para 17%, o principal sonho agora é o de que a pandemia acabe.
“Isso mostra o papel da escola e desse ambiente na vida dessas crianças e adolescentes. Claro que é um espaço de ampliação de repertório e aprendizagem, mas também é de convívio e desenvolvimento pessoal, além de ser, para muitos, espaço de alimentação. Isso coloca muita luz no papel da escola e do retorno presencial das aulas”, afirmou a gerente do Instituto Natura, Maria Slemenson, que trata da articulação das agendas prioritárias da educação.
A pesquisa mostrou que 3% das crianças e adolescentes não estão matriculados na escola. Desses, 32% afirmaram não estar na escola por conta da pandemia e outros 32% afirmaram não encontrar vaga na rede pública de ensino. Além disso, 62% das crianças fora da escola têm entre 4 e 6 anos. Os estudantes que estão fazendo as tarefas recebidas são 92%, com 89% dos pais dizendo que acompanham as atividades feitas pelas crianças e adolescentes na escola e nas aulas on-line.
“Nós, da Fundação Lemann, acreditamos que a educação pública de qualidade muda a vida das pessoas e são elas que podem transformar o nosso país. Desde o início da pandemia, estamos trabalhando para apoiar as redes de ensino com estudos, dados, boas práticas e orientações diversas para que cada rede possa retomar as aulas presenciais e garantir que todas e todos possam aprender com qualidade, nas mais variadas realidades do país", disse a coordenadora de projetos de Educação da Fundação Lemann, Barbara Panseri.
"Sabemos do tamanho das desigualdades de nosso país, sabemos que as crianças e adolescentes de menor renda, do Nordeste e negros e negras, têm menor acesso à internet de qualidade, e que o ensino remoto ampliou as desigualdades dos nossos alunos”, completou Barbara.
Fonte: Agência Brasil