O reaquecimento do comércio na capital maranhense e região metropolitana pode ser notado em todos os setores após o retorno das atividades por conta de três meses de paralisação causada pela pandemia do coronavírus.
Apesar da reabertura das atividades comerciais, os reflexos são grandes sobre a economia local, que é verificada na mais recente pesquisa de endividamento e inadimplência do consumidor (Peic), realizada mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Maranhão (Fecomércio-MA).
Os resultados são assustadores, pois 36,9% das famílias da capital maranhense estão atualmente com dívidas em atraso, representando o maior nível de inadimplência registrado nos últimos nove anos na cidade, ou seja, desde 2011 o resultado não era tão alto. Em números, 113.563 famílias estão endividadas atualmente.
O crescimento dos inadimplentes acompanha um aumento expressivo na utilização do crédito, segundo o estudo. A pesquisa mostra que 85,5% dos consumidores recorreram às formas de financiamento neste mês para possibilitar o consumo.
O nível de tomada de crédito pelos consumidores foi o maior desde janeiro de 2011. Para a Fecomércio, a aceleração do uso do crédito é uma alternativa que os consumidores encontraram para driblar a redução ou perda momentânea dos salários, utilizando principalmente o cartão de crédito como uma extensão da renda familiar, o que resulta no crescimento da inadimplência. "A pandemia criou dificuldades para autônomos, eliminou postos de trabalho e obrigou muitas empresas, sem receita, a reduzirem jornada de trabalho e até suspenderem contratos. Esse cenário gerou restrições à capacidade de renda das famílias, que passaram a utilizar o cartão de crédito para financiar suas despesas correntes, como gastos com supermercado e farmácia, desdobrando nessa inadimplência", avalia o presidente da Fecomércio, José Arteiro da Silva.
A pesquisa ainda destacou que o nível de inadimplência, na avaliação mensal, avançou 17,1% em relação ao mês de junho e, na comparação anual, subiu 29,5% sobre julho de 2019.
Com isso, o estudo estima que 113.563 famílias da capital maranhense estão em situação de inadimplência atualmente. Já o índice de utilização do crédito cresceu 8,0% na passagem mensal de junho para julho e 49,7% em relação ao mesmo período do ano passado, resultando na estimativa de 263.420 famílias ludovicenses endividadas, de acordo com o levantamento.
Os principais tipos de dívidas contraídas pelos consumidores no período foram o cartão de crédito (65,5%) e os carnês de lojas (26,1%). O estudo da Fecomércio ressalta, ainda, que o tempo médio de atraso da dívida é de 47 dias e o tempo médio de envolvimento com o parcelamento dessa dívida é de 6 meses. O nível de comprometimento da renda familiar com as dívidas é de 33%. "Temos um aumento de 16% no comprometimento da renda do consumidor endividado neste mês de julho na comparação com o ano passado, refletindo na redução da capacidade de consumo das famílias neste momento. Esse cenário deverá ser revertido nos próximos meses a partir do reaquecimento da economia e da reativação dos postos de trabalho", finaliza o empresário José Arteiro da Silva.
Esse cenário gerou restrições à capacidade de renda das famílias, que passaram a utilizar o cartão de crédito para financiar suas despesas correntes, como gastos com supermercado e farmácia, desdobrando nessa inadimplência.
Informação: Fecomércio
Fonte: O Imparcial