Erica informou que o Sebrae Rio vai trabalhar toda a parte do registro, mas também do aumento da produtividade e da criação de embalagem e marca para o arroz anã dessa região. “Toda essa parte vamos trabalhar com eles, de acesso a mercado”.
Os encontros entre produtores de Porto Marinho, o Sebrae Rio e todos os parceiros envolvidos vêm ocorrendo de forma digital há cerca de dois anos e renderam um amplo planejamento que envolve o Projeto de Indicação Geográfica, capacitações, consultorias técnicas e de gestão, ações com foco no turismo e gastronomia, além de um censo sociocultural, que permitiu que os especialistas pudessem conhecer a região e desenvolver, a partir daí, novos projetos de crescimento econômico para a localidade. O projeto terá continuidade até 2023.
A expectativa do presidente da Nova Associação de Moradores, Pescadores, Produtores Rurais, Artesãos e Amigos do Porto Marinho e adjacências, Maurício Passareli Silva, é que a comunidade passe a ter mais atenção do Poder Público e também possa gerar desenvolvimento econômico e social. “Acredito que o encontro presencial será muito produtivo, porque por aqui gostamos desse contato, de olhar nos olhos, de reconhecer o outro. Os encontros virtuais têm sido muito produtivos, já vendemos praticamente toda a safra, mas sei que agora teremos ainda mais oportunidades de crescimento e visibilidade”, disse ele.
Durante o lançamento do projeto, o Senac RJ apresentará proposta de desenvolvimento para a região de Porto Marinho, por meio de ações nos eixos da gastronomia e do turismo. O objetivo é valorizar a comunidade local e promover o desenvolvimento da região por meio da geração de renda, capacitação profissional e atração de turistas.
Na área da gastronomia, o Senac RJ desenvolve estudo sobre o potencial culinário do arroz anã e realiza pesquisas no laboratório da unidade Copacabana, na zona sul da capital fluminense, sobre as receitas tradicionais locais e preparos inovadores.
O arroz anã de Porto Marinho tem formato semelhante ao arroz japonês, mas apresenta grãos ligeiramente menores. O produto é adaptável a receitas doces e salgadas e tem potencial para usos funcionais como em farinha de arroz sem glúten, por exemplo. Após a conclusão da fase de pesquisa, a intenção do Senac RJ é promover a capacitação das cozinheiras locais para incentivar a geração de renda e o registro de receitas tradicionais em uma publicação.
Na área de turismo, o Senac pretende propor roteiros para que o turista tenha a oportunidade de realizar uma visita gastronômica, histórica, rural e ecológica à região. Há possibilidade também de criação de uma rota histórica pelas fazendas centenárias dos arredores de Porto Marinho, considerado o primeiro Vale do Café do estado.
Fonte: EBC