Senado aprova auxĂ­lio gĂĄs para famĂ­lias carentes

O Senado aprovou ontem (19) a criação do Programa Gás para os Brasileiros, o chamado auxílio gás. O programa vai auxiliar famílias de...

Por Jota Silva em 20/10/2021 às 08:41:31

O Senado aprovou ontem (19) a criação do Programa GĂĄs para os Brasileiros, o chamado auxĂ­lio gĂĄs. O programa vai auxiliar famĂ­lias de baixa renda na compra do gĂĄs de cozinha. O projeto de lei (PL) prevĂȘ que cada famĂ­lia receba bimestralmente o equivalente a 40% do preço do botijão de gĂĄs. O projeto retorna à Câmara.

De acordo com o PL aprovado, serão beneficiadas famĂ­lias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com renda familiar mensal per capita menor ou igual a meio salĂĄrio-mĂ­nimo, ou que morem na mesma casa de beneficiĂĄrio do BenefĂ­cio de Prestação Continuada (BPC).

O programa serĂĄ financiado com recursos dos royalties pertencentes à União na produção de petróleo e gĂĄs natural sob o regime de partilha de produção, de parte da venda do excedente em óleo da União e bônus de assinatura nas licitações de ĂĄreas para a exploração de petróleo e de gĂĄs natural. Além disso, serão utilizados outros recursos que venham a ser previstos no Orçamento Geral da União e dividendos da Petrobras pagos ao Tesouro Nacional.

Entre as justificativas do autor do projeto, senador Eduardo Braga (MDB-AM), estĂĄ o aumento do preço do gĂĄs de cozinha nos Ășltimos meses o que tem feito com que famĂ­lias optem pelo o uso de lenha, carvão e, até mesmo, etanol para o preparo dos alimentos o que provocou o aumento de doenças pulmonares e acidentes com queimaduras.

Para ele, o projeto traz "justiça social", devolvendo à população parte do lucro da Petrobras obtido no mercado. "Estamos fazendo uma justiça social quando estabelecemos fontes de financiamento que não são fiscais. A fonte de financiamento diz respeito aos dividendos que a União recebe pelas suas ações da Petrobras, pelo lucro que a União obtém. Estamos pegando o lucro das ações da Petrobras e devolvendo pro povo humilde."

Na avaliação do relator do projeto no Senado, Marcelo Castro (MDB-PI), a mais recente polĂ­tica de preços da Petrobras, adotada na gestão do presidente Michel Temer, com a estatal sob comando de Pedro Parente, pavimentou a crise dos combustĂ­veis vivida hoje.

"A primeira providĂȘncia que ele [Parente] tomou foi eliminar os subsĂ­dios, deixar de controlar os preços da Petrobras e atrelou os preços dos combustĂ­veis ao mercado internacional, ao preço em dólar do barril de petróleo. Então, eliminando o subsĂ­dio dos combustĂ­veis, evidentemente, eliminou o subsĂ­dio do GLP, do gĂĄs de cozinha", disse o senador.

"Com a polĂ­tica que foi feita, nós sabemos das consequĂȘncias, da greve dos caminhoneiros. Mas o fato é que, à medida em que o petróleo aumenta de preço, imediatamente, de 15 em 15 dias, aumenta de preço aqui no Brasil. Se o dólar se valoriza e o nosso real se desvaloriza, aumenta de preço também. E isso levou ao que nós estamos vivendo hoje: uma gasolina de R$ 7 o litro e o GLP de R$ 100, R$ 120, R$ 130", acrescentou.

O PL retorna para nova apreciação dos deputados porque Castro alterou a forma de financiamento do programa. O texto que saiu da Câmara previa o uso de recursos da Contribuição de Intervenção no DomĂ­nio Econômico (Cide), imposto sobre a importação e a comercialização de gasolina. Mas o relator entendeu que o aumento de tributos provocaria "um indesejĂĄvel impacto inflacionĂĄrio".

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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