O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, ontem (24), que confia em que o Congresso Nacional aprove, em breve, a proposta de Reforma Administrativa que o governo federal enviou ao Parlamento em setembro de 2020.
"Eu acredito. O presidente da Câmara, [o deputado federal] Arthur Lira [PP-AL], estĂĄ comprometido com isto. O presidente da RepĂșblica [Jair Bolsonaro] também sempre apoiou as reformas", disse o ministro a jornalistas.
Guedes, que acompanhou o presidente Jair Bolsonaro ao Parque de Exposições da Granja do Torto, em BrasĂlia, voltou a afirmar a jornalistas que a aprovação da proposta que altera as regras do serviço pĂșblico civil nos trĂȘs Poderes (Executivo, Legislativo e JudiciĂĄrio), incluindo a questão da estabilidade dos futuros funcionĂĄrios pĂșblicos, resultaria em uma economia de R$ 300 bilhões para os cofres pĂșblicos no espaço de dez anos.
Segundo o ministro, a quantia economizada permitiria ao governo federal compensar, desde jĂĄ, parte dos R$ 30 bilhões necessĂĄrios para elevar, temporariamente, para R$ 400 o valor médio pago aos beneficiĂĄrios do Bolsa FamĂlia (programa assistencial cujo nome o governo pretende substituir para AuxĂlio Brasil). A proposta do governo também prevĂȘ ampliar o nĂșmero de beneficiĂĄrios dos atuais 14,7 milhões para cerca de 17 milhões.
"Conseguiremos ajudar os mais frĂĄgeis fazendo as reformas", pontuou Guedes, referindo-se também à proposta de reforma do Imposto de Renda, cujo texto jĂĄ aprovado pela Câmara dos Deputados vem enfrentando forte rejeição no Senado.
"Se fizermos uma reforma administrativa que nos dĂȘ R$ 300 bilhões, não hĂĄ problema darmos R$ 30 bilhões para os mais vulnerĂĄveis. E se avançarmos na questão do imposto de renda, que tributa justamente quem ganha R$ 300 bilhões com juros e dividendos, poderemos ajudar os mais frĂĄgeis [Â ] dentro do teto do limite de gastos", acrescentou o ministro, referindo-se à obrigatoriedade legal do governo não elevar seus gastos anuais acima do percentual da inflação do ano anterior.
"Todos sabem que eu defendo o Teto. O Teto é uma bandeira nossa de austeridade", comentou o ministro, reconhecendo a necessidade do governo "flexibilizar um pouco a polĂtica fiscal para atender a ĂĄrea social" em meio à crise econômica.
"O presidente precisa enfrentar o problema da miséria que se agudizou durante a pandemia. E, para isso, ele precisa de R$ 30 bilhões para dar R$ 100 a mais para o Bolsa FamĂlia [totalizando R$ 400]. Todos sabem que jĂĄ tĂnhamos previsto [conceder] R$ 300 [de auxĂlio], ficando dentro do teto. Só que o Senado não avançou com as reformas, não nos deu fontes [de recursos]. Então, a [ala] polĂtica pressiona o presidente. É preciso entender que o teto é um sĂmbolo do nosso compromisso com as gerações futuras, mas se perguntĂĄssemos às gerações futuras se deverĂamos deixar 17 milhões de famĂlias brasileiras passando fome, elas vão dizer que não. Vão dizer para fazermos outros sacrifĂcios", reafirmou o ministro, favorĂĄvel à reformulação das regras de aplicação do teto de gastos.
"A reformulação é tecnicamente correta para sincronizarmos a periodicidade das despesas com o [limite do] teto, que, hoje, estão descasadas", finalizou Guedes.
Fonte: AgĂȘncia Brasil