Superfaturamento na compra de de EPIs no Maranhão foi de atĂ© 400%, diz PF

Ainda de acordo com a PF, os desvios para a aquisição de 4 respiradores para os trĂȘs municĂ­pios podem ter chegado a R$ 310 mil reais

Por O Imparcial - Posicionamento textual - Ricardo Becker em 05/08/2020 às 22:03:13
A prefeitura de Bacabeira foi um dos alvos da operação. Foto: Divulgação

A prefeitura de Bacabeira foi um dos alvos da operação. Foto: Divulgação

urante entrevista coletiva realizada na tarde desta quarta-feira (5), a Polícia Federal (PF) informou que as investigações da Operação Falsa Esperança realizada hoje em alguns municípios maranhenses, apontam indícios de um superfaturamento de até 400% na compra de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs).

Os macacões deveriam ser destinados a agentes de saúde que estão atuando no combate a Covid-19 em Bacabeira, Miranda do Norte e Santa Rita. A informação foi confirmada pela superintendente da PF no Maranhão, Cassandra Parazzi.

"Durante as investigações a gente demonstrou que a empresa vendeu uma série de produtos que não tinha no lastro de compra dela. Ou seja, hĂĄ um indício de que essa venda não chegou a ser concretizada, que o produto não tenha sido entregue, o que causou um prejuízo muito grave", informou.

Ainda de acordo com a PF, os desvios para a aquisição de 4 respiradores para os trĂȘs municípios podem ter chegado a R$ 310 mil reais. As trĂȘs prefeituras compraram os aparelhos da mesma empresa, que fica localizada no município de Paço do Lumiar.

Ainda de acordo com a PF, a prefeitura de Miranda do Norte fez a aquisição de dois aparelhos que custaram R$ 130 mil, mas nunca foram entregues.

Mandados de prisão

A PF cumpriu trĂȘs dos quatro mandados de prisão expedidos, entre eles, contra os secretĂĄrios municipais de saúde de Miranda do Norte e Bacabeira. O dono da empresa suspeita de participar da venda dos produtos também foi preso.

Até o momento, o secretĂĄrio de administração da cidade de Santa Rita estĂĄ foragido. A PF informou que as investigações vão prosseguir no intuito de averiguar se outras prefeituras estão envolvidas no esquema de fraude.

A redação de O Imparcial entrou em contato com as prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte, mas ainda não recebeu nenhum retorno.

Operação Falsa Esperança. Foto: Divulgação

Operação

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (5), a operação "Falsa Esperança", que desarticulou associação criminosa que fraudava licitações e desviava recursos públicos federais no Maranhão. A verba seria usada no enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19) nos municípios de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.

As ordens judiciais foram cumpridas em seis cidades do Maranhão: São Luís, São José do Ribamar, Paço do Lumiar, Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.

Investigação

De acordo com a PF, foram verificados indícios de superfaturamento de equipamentos de proteção individuais (EPI"s) e de simulação na compra de respiradores pulmonares. As prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte pagaram pelos respiradores, mas os equipamentos nunca foram entregues.

Todas as aquisições foram realizadas por uma única empresa, sediada na cidade de Paço do Lumiar, que nunca havia atuado no ramo médico hospitalar. A investigação revelou ainda, que a empresa não tinha nenhum empregado e atuava com a comercialização de acessórios para ar-condicionados e de energia solar.

Segundo a Polícia Pederal, a empresa tinha um total de 69 atividades secundĂĄrias, que variavam desde a confecção de vestuĂĄrio, segurança privada e até produção musical.

A operação

Cerca de 50 policiais federais cumpriram quatro mandados de prisão temporĂĄria e 13 de busca e apreensão. Além disso, os bens e contas dos suspeitos foram bloqueados.

Os investigados responderão pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude em processo licitatório, superfaturamento na venda de bens e associação criminosa.

A Operação foi denominada de "Falsa Esperança", em referĂȘncia a expectativa criada na população dos municípios de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte de que as gestões municipais teriam adquirido de forma lícita equipamentos contra a covid-19, e que, ao fim, nunca chegaram a ser efetivamente entregues.

Fonte: O Imparcial

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