A atriz francesa Brigitte Bardot, de 87 anos, foi condenada nesta quinta, 4, a pagar uma multa de 20 mil euros (aproximadamente R$ 130 mil) por insultos raciais contra habitantes da ilha de Reunião, posse da França no Oceano Índico. A corte de Saint-Denis, cidade vizinha a Paris, considerou que a atriz foi racista em uma carta direcionada ao governador da ilha em 2019, na qual ela criticava supostos maus-tratos aos animais. No documento, a atriz afirmou que a população de Reunião "manteve seus genes selvagens", comparou o local à "Ilha do Diabo" e disse que "a população degenerada ainda está imbuída de tradições bárbaras". Segundo ela, os bichos estavam sendo envenenados, feridos e amputados, cachorros e gatos são usados como iscas para tubarões e é comum decapitar cabras e bodes em rituais indígenas. Além de Bardot, o assessor de imprensa dela, Bruno Jacquelin, foi multado em 4 mil euros (R$ 25.580) por cumplicidade.
A declaração teve bastante repercussão quando ocorreu, com a então ministra das relações exteriores da França, Annick Girardin, respondendo em carta aberta que racismo não é uma questão de opinião, e sim um crime. Bardot é bastante conhecida pelo ativismo em defesa dos animais, causa à qual se dedica desde que parou de atuar em 1973. A advogada da atriz no caso, Catherine Moissonier, afirmou que "defender animais é a vida dela" e que "a angústia dos animais é uma realidade em Reunião". Já o advogado de um dos impetrantes afirmou que a declaração é um absurdo e não há destino trágico dos animais na ilha. Bardot costuma ser próxima de políticos da extrema-direita francesa e já foi condenada a pagar multas por questões raciais antes.
Fonte: JP