Nascido no "fim do mundo", jovem de 16 anos mira Olimpíada de Inverno

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Por Jota Silva em 16/12/2021 às 08:07:12

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Uma publicação compartilhada por CBDN / BrasilNaNeve (@brasilnaneve)

“Somos mais de 60 atletas no ranking e somente 25 vão à Olimpíada. Eles contabilizam o resultado do Campeonato Mundial de 2021 e os cinco melhores resultados de Copa de Mundo de julho de 2019 a janeiro de 2022. Só que eu não tinha idade para participar de Copa do Mundo em 2019 e em 2020, por causa da covid-19, as competições em que eu estava inscrito foram canceladas, além das restrições de viagem, que tornavam impossível sair de um país para outro”, explicou Augustinho ao Comitê Olímpico do Brasil (COB).

“Infelizmente, esse ano, só tem três etapas de Copas do Mundo, normalmente são de cinco a sete por ano. Estou me preparando com muita garra, foco e força para chegar nesses dois eventos da melhor forma possível e garantir os resultados que eu preciso”, completou.

Augustinho se encantou logo cedo pelo esporte sobre pranchas. Antes de completar três anos, ele aprendeu a surfar e a andar de sandboard (uma espécie de esqui na areia) no verão brasileiro. O contato com o esqui na neve veio na volta para casa, depois das férias. Aos cinco anos, enfim apareceu o snowboard, mas, para se aventurar, foi preciso convencer a mãe, também praticante da modalidade.

“Eu ganhei uma prancha, mas minha mãe não deixava eu fazer snowboard. Então, eu treinava as manobras no colchão da minha cama [risos]. Um dia, peguei minha prancha, fugi da aula de esqui e fui com um amiguinho maior do que eu fazer snowboard. Minha mãe ficou muito brava!”, recordou.

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Uma publicação compartilhada por Augustinho Teixeira (@augustinho7262)

“Como ela viu que não tinha jeito, conversou com o Diego Linares [treinador] para eu fazer os últimos dois dias de aula de snowboard da temporada. Ela pensava que, como eu não tinha técnica, os outros meninos estariam na minha frente, eu ficaria enjoado e deixaria de pedir para fazer snow. Só que no primeiro dia de aula com o Diego ele disse a ela: 'pode aposentar os esquis dele porque esse menino nasceu para o snowboard'. E eu fiquei com aquele sorrisão de orelha e orelha no rosto!”, emendou o snowboarder.

Apesar de nascer na Argentina, Augustinho nunca teve dúvida sobre a bandeira que defenderia. O jovem, que atualmente vive no Canadá, é acompanhado pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) desde os quatro anos, ao se destacar no slalom gigante (prova de esqui onde os atletas desviam de obstáculos). Segundo ele, os apoios da entidade, da equipe técnica e da família têm sido fundamentais na busca da inédita vaga olímpica, principal meta da carreira no curto prazo.

“Depois disso, tudo que vier é lucro”, concluiu.

Rumo a Pequim

O Brasil já tem quatro vagas garantidas em Pequim. Três são no esqui cross country, sendo duas no feminino, disputadas principalmente por Bruna Moura, Eduarda Ribera, Mirlene Picin e Jaqueline Mourão (que pode chegar à oitava Olimpíada da carreira e à quinta participação em Jogos de Inverno). No masculino, Manex Silva e Steve Hiestand competem pelo posto de representante do país. A outra vaga assegurada é no esqui alpino, onde Michel Macedo - que esteve na edição passada, em Pyeongchang (Coreia do Sul) - é o principal candidato.

Além do snowboard halfpipe, com Augustinho, há outras modalidades com brasileiros ainda lutando por classificações. No gelo, a presença do país nas disputas do skeleton (com Nicole Silveira) e do trenó de quatro pessoas do bobsled masculino está bem encaminhada, tendo possibilidade de vagas nas provas para trenós de uma (monobob, com Marina Tuono) e duas pessoas. Na neve, estão na briga Noah Bethonico (snowboard cross), Sabrina Cass (esqui estilo livre) e os irmãos Sebastian e Dominic Bowler (esqui halfpipe).

Fonte: Agência Brasil

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