Nove integrantes da quadrilha que assaltou uma agência do Banco do Brasil na cidade de Bacabal, em novembro de 2018, foram condenados na última sexta-feira (10), em uma sentença proferida pela 1ª Vara Criminal de São Luís.
Gelzimar Venâncio de Oliveira, Alexandre Gomes de Moura, Wagner Cesar de Almeida, Róbson César Ferreira, George Ferreira Santos, Ricardo de Souza, José Eduardo Zacarias Barboni, Valdeir Carvalho, e Fábio Batista de Oliveira foram condenados pelos crimes de receptação, porte de arma de fogo de uso restrito, formação de organização criminosa, latrocínio, e outros. Derli Luiz e Obadias Pereira foram absolvidos.
De acordo com o inquérito policial, um grupo de cerca de 30 homens levou mais de R$ 100 milhões do Banco do Brasil, em Bacabal, em novembro de 2018. A polícia afirmou que o grupo criminoso utilizou armas de grosso calibre e uso restrito durante o assalto. Na ação, diversas pessoas também foram feitas reféns. Para conseguir acesso ao dinheiro, a quadrilha usou explosivos, o que acabou destruindo a agência e deixando para trás envelopes com dinheiro na fuga.
Durante a ação criminosa, um morador da cidade, identificado como Cleones Borges Araújo, que passava próximo a uma barreira montada pela quadrilha, na praça do Centro Cultural, em Bacabal, foi morto ao ser atingido com um tiro de fuzil nas costas, por não ter obedecido a ordem de parada imposta pelo grupo criminoso. Em seguida, os assaltantes atacaram, com disparos de arma de fogo, a delegacia Regional de Bacabal e incendiaram os veículos ali estacionados.
As investigações apontam ainda que a quadrilha tomou vários carros das pessoas, fazendo reféns e queimaram outros veículos, como forma de dificultar a perseguição policial e garantir a fuga. Quase duas semanas após o assalto, a polícia efetuou a prisão de parte da quadrilha, no dia 3 de dezembro em Santa Luzia do Paruá. Três dos possíveis integrantes da organização criminosa acabaram morrendo em confronto com a polícia.
A polícia conta que durante a abordagem aos homens, no interior do caminhão apreendido, encontraram um vasto armamento, munições de diversos calibres, colete à prova de balas, dinheiro e outros objetos.
Gelzimar de Oliveira e Róbson César receberam a pena de 48 anos de reclusão. Outros integrantes Alexandre Gomes, Wágner César de Almeida, George Ferreira, e Valdeir Carvalho receberam a pena de 58 anos, Ricardo Santos de Sousa, José Eduardo Zacarias Barboni e Fábio Batista de Oliveira receberam a pena de 64 anos de reclusão. Eles foram transferidos para a Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.
Entenda o caso
Na madrugada do dia 25 de novembro de 2018, uma quadrilha fez de refém a cidade de Bacabal, no Maranhão. A invasão começou às 22h e se prolongou durante a madrugada – uma agência do Banco do Brasil foi assaltada, viaturas foram incendiadas, assim como o Batalhão da Polícia Militar e a delegacia, atacados.
Informações da polícia indicam que três assaltantes foram mortos durante a troca de tiros, e dois foram presos. A quadrilha trancou a ponte com veículos e ateou fogo neles. Ao fim, fugiram de carro.
Segundo relatos de usuários da internet, os integrantes, alguns armados com fuzis, que assaltaram agências bancárias, fizeram barricadas e trocaram tiros com a polícia, deixando mortos e feridos.
A investigação aponta que o assalto milionário em Bacabal, foi comandado pelo criminoso José Francisco Lumes, mais conhecido como Zé de Lessa. Segundo Secretaria de Segurança Pública do Maranhão, Lessa era apontado como chefe de uma das facções mais violentas da Bahia.
Ele e outros três homens foram mortos durante troca de tiros com a polícia na manhã do dia 4 de dezembro de 2019, em uma chácara localizada entre as cidades de Coronel Sapucaia e Aral Moreira, no Mato Grosso do Sul.
A polícia revelou também, que Zé de Lessa estava foragido desde 2014 quando foi solto pela Justiça, porém continuava comandando os assaltos à distância. Informações dão conta de que ele estava escondido no Paraguai.
No assalto ao banco em Bacabal, o irmão de Zé de Lessa, Edielson Francisco Lumes que era o subchefe e repassava as ordens dele para a quadrilha, formada por pelo menos 80 bandidos, morreu junto com outros integrantes durante o conflito com a polícia.
No Maranhão, onde a quadrilha cometeu o assalto milionário, a atuação ficou conhecida como Novo Cangaço.
O Imparcial