A sessão do Congresso da manhã desta quarta-feira (12/8) terminou sem que os deputados conseguissem votar os vetos presidenciais. Os parlamentares voltarão a se reunir às 14h com a mesma pauta. Os trabalhos foram suspensos após uma interpelação do líder do Novo, Paulo Ganime (RJ). Ele se queixou que o partido não foi chamado para a reunião que decidiu que os vetos presidenciais seriam votados em globo, para agilizar os trabalhos.
Ocorreu uma reunião extraordinária de líderes na manhã desta quarta, mas o Novo não foi chamado. Será necessário um novo acordo. Ganime destacou que não há reunião de líderes sem a participação de representantes de todas as legendas.
"O acordo que fizemos aqui á que a gente vai se reunir, e nessa nova reunião, essa verdadeira reunião de líderes, convocada oficialmente, convidando todos os líderes, estabeleceremos um acordo de verdade, e não um acordo que não existe oficialmente pois não tivemos uma reunião com convocação de todos. Claro que não temos o compromisso de concordar com todas as definições do acordo. Mas com reunião conjunta, concordamos com nova sessão", alfinetou.
Houve desentendimento durante a sessão, pois, ao compreender que havia um acordo sem participação do Novo, Ganime brigou pela posição do partido. A presidente da sessão, deputada Soraya Santos (PL-RJ), que deu razão a Ganime, chamou a atenção para que a palavra de parlamentares não fosse cortada por colegas sob sua presidência.
"Se eu cortei a palavra do deputado Enio (Verri) (PT-PR), deixo meu pedido de desculpas. Cortei a deputada Fernanda (Melchionna) (PSol-RS). Vossa excelência (Soraya) estava dando deliberação e continuidade. Achei necessário. Não tem questão pessoal. A senhora estava cumprindo seu papel e eu estava cumprindo o meu papel. Isso faz parte do jogo. Acho que não tem nenhum rancor e obrigado por ter entendido nossa ponderação", afirmou o líder do Novo.
A sessão do Congresso que, nesse tempo de pandemia ocorre em dois encontros, um com deputados, outro com senadores, levou semanas para ser marcada. Um dos motivos era, justamente, a quantidade de vetos, mais de 190, alguns de leis e PLS de 2019, além de emendas e PLNs para debater. A sessão quase ficou para a próxima semana.
Havia uma discussão sobre quem viria primeiro, e alguns governistas defendiam limpar a pauta primeiro. Entre os mais polêmicos, deputados e senadores precisam analisar o veto da desoneração da folha de pagamento setorial e os vetos do projeto de obrigatoriedade do uso de máscaras.
Fonte: Correio Braziliense