Senado aprova vĂĄrios projetos voltados para mulheres

O Senado aprovou ontem (8) vários projetos em benefício das mulheres. A maior parte da pauta de votação foi dedicada a garantir direitos...

Por Jota Silva em 09/03/2022 às 07:15:46

O Senado aprovou ontem (8) vĂĄrios projetos em benefĂ­cio das mulheres. A maior parte da pauta de votação foi dedicada a garantir direitos econômicos e sociais para as mulheres e foram votados todos nesta terça-feira em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Entre outras aprovadas hoje, as propostas garantem prioridade no atendimento a mulheres vĂ­timas de violĂȘncia doméstica; aumentam a pena de crimes contra a honra praticados contra a mulher e criam a tipificação de crime de violĂȘncia institucional, voltado a agentes pĂșblicos que agem para intimidar ou se omitem diante da intimidação a uma mulher.

Todos esses projetos ainda precisam ser analisados na Câmara dos Deputados.

Projetos

O PL 3.048/2021 aumenta em um terço a pena dos crimes contra a honra praticado contra a mulher. O projeto altera o Código Penal e aumenta as penas dos crimes contra a honra (calĂșnia, difamação e injĂșria). Segundo a relatora do projeto, senadora Zenaide Maia (Pros-RN), o projeto coloca em relevância a chamada "violĂȘncia moral". Esse tipo de violĂȘncia, segundo a Lei Maria da Penha, significa "qualquer conduta que configure calĂșnia, difamação ou injĂșria".

JĂĄ o projeto 3.717/2021 cria a Lei dos Direitos da Mãe Solo. O projeto conceitua "mãe solo" como mulher provedora de famĂ­lia monoparental registrada no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) com renda familiar per capita inferior a meio salĂĄrio mĂ­nimo e dependentes de até 14 anos de idade.

A lei proposta pelo PL prevĂȘ ações de assistĂȘncia social. Dentre elas, o recebimento de cota dobrada em qualquer benefĂ­cio assistencial destinado a famĂ­lias com crianças e adolescentes. Além disso, o texto estabelece a prioridade da mãe solo nas polĂ­ticas pĂșblicas de intermediação da mão de obra e de qualificação profissional. HĂĄ ainda a previsão de prioridade dos filhos de mãe solo no preenchimento de vagas na escola pĂșblica de educação infantil.

O PL 5.091/2020, também aprovado hoje, cria a tipificação de crime de violĂȘncia institucional. Esse crime se caracterizaria pela prĂĄtica de agentes pĂșblicos no desempenho de sua função e que, por atos comissivos ou omissivos, intimidar a vĂ­tima diretamente e também quando o agente pĂșblico permitir que terceiro a intimide. O texto foi alterado pela relatora no Senado, Rose de Freitas (MDB-ES), e volta para a Câmara, Casa de origem.

O projeto foi inspirado no caso da influenciadora digital Mariana Ferrer. A jovem acusou um empresĂĄrio de estupro mas, durante o julgamento, Mariana foi exposta a sofrimento e humilhação. Ao final, o acusado acabou inocentado em um julgamento que, por seu conteĂșdo e resultado, virou alvo de investigação do Conselho Nacional de Justiça.

Outro projeto aprovado foi o Projeto de Lei do Senado (PLS) 47/2012. Esse projeto, que ainda serĂĄ analisado pela Câmara, concede atendimento prioritĂĄrio às mulheres em situação de violĂȘncia doméstica e familiar. Segundo o texto, as mulheres nesse perfil devem receber tratamento prioritĂĄrio em órgãos e instituições integrantes da rede de proteção, como atendimento policial e de saĂșde.

Os senadores também aprovaram o PL 3.342/2020, que cria e linha de crédito especial para a mulher empreendedora da ĂĄrea de beleza, estética, cosméticos, vestuĂĄrio, comércio de artigos femininos, alimentos, dentre outros, que atuem como pessoa fĂ­sica. O limite do financiamento é de até R$ 20 mil e a contratação deve ocorrer enquanto perdurar a EmergĂȘncia em SaĂșde PĂșblica de Importância Nacional (ESPIN), declarada em decorrĂȘncia da pandemia de covid-19 e pelo perĂ­odo de até dois anos após o encerramento da emergĂȘncia de saĂșde.

Por fim, os senadores aprovaram o PL 2.889/2021, que impõe multa a planos de saĂșde que recusarem, sem justificativa, a oferta de métodos e técnicas de concepção e contracepção cientificamente aceitos. O projeto visa esclarecer os limites de uma regra de 1996, que obriga a prévia autorização do cônjuge para a execução de procedimentos de esterilização cirĂșrgica voluntĂĄria, como vasectomia e laqueadura tubĂĄria.

Segundo a autora do projeto, senadora Nilda Gondim, a imprensa noticiou que operadoras de planos de saĂșde não tĂȘm autorizado a inserção de dispositivos intrauterinos (DIU), opção que cabe exclusivamente à mulher, baseadas nessa regra, que se refere à esterilização definitiva, e não contracepção.

Fora da pauta feminina, o Senado também aprovou nesta terça um projeto de lei de conversão oriundo da Medida Provisória (MP) 1.072/2021. Essa matéria propõe uma nova fórmula de cobrança da taxa de fiscalização dos mercados de tĂ­tulos e valores regulados pela Comissão de Valores MobiliĂĄrios (CVM). O texto vai à sanção presidencial.

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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