Geralmente a descoberta de uma vacina leva anos de estudos e pesquisas até encontrar o resultado final e eficaz. Com a corrida para desacelerar o número de contágio do novo coronavírus, estudos e testes estão sendo feitos para achar uma formula eficaz de vacina contra a doença.
Atualmente, são mais de 160 vacinas em estudo, cerca de 140 na fase pré-clínicas — quando ainda não foram testadas em humanos –, 19 na fase 1, 11 na fase 2, seis na fase 3, e duas já aprovadas para uso limitado.
As primeiras pesquisas começaram ainda em janeiro, quando as contaminações pelo novo coronavírus explodiram na China. Atualmente, das seis vacinas que estão na fase 3 — nível de vacinas mais avançadas —, três delas estão sendo testadas no Brasil.
Da farmacêutica AstraZeneca, a vacina integra a parceria da Universidade de Oxford (Reino Unido) com a Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Ela está sendo aplicada em voluntários no Reino Unido, África do Sul e Brasil, sendo 5.000 voluntários em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Em 20 de julho, cientistas de Oxford afirmaram que a vacina é segura e induz resposta imunológica. A dose levou os voluntários a produzir anticorpos e glóbulos brancos que podem combater o coronavírus, mas ainda é cedo para saber se isso é suficiente. A estimativa é que doses emergenciais possam ser entregues ainda em outubro, e que a disponibilização em larga escala aconteça em abril de 2021.
O laboratório Moderna afirmou no final de julho que iniciou o estágio final de testes da vacina para a Covid-19, com apoio do governo dos Estados Unidos. Esta é a primeira pesquisa a ser implementada no programa anticoronavírus Operation Warp Speed, do governo de Donald Trump. As notícias do estudo, que testará a resposta à vacina em 30 mil adultos sem registro da doença respiratória, aumentaram as ações da Moderna na Bolsa de Valores em 11%. A Moderna afirmou que poderá fabricar entre 500 milhões e 1 bilhão de doses por ano a partir de 2021.
A vacina desenvolvida por pesquisadores de laboratórios dos Estados Unidos e da Alemanha das empresas Pfizer e Biontech está na fase 3 de testes. No último dia 5, a imunização começou a ser testada em voluntários brasileiros, que têm entre 18 e 85 anos. No dia 22 de julho, a Anvisa aprovou a testagem da vacina em mil voluntários das cidades de São Paulo e Salvador, que podem ser de quaisquer áreas de atuação, desde que expostos ao vírus.
Foi anunciado no dia 27 de julho, pelo governador de São Paulo, João Doria, que a vacina chinesa Sinovac Biotech, produzida em parceria com o Instituto Butantan, pode estar disponível em janeiro de 2021 no Sistema Único de Saúde (SUS). A vacina está na fase 3, sendo administrada em mais de 9.000 voluntários no país. O Butantan recebeu 20 mil doses do imunizante e de placebo que serão distribuídas para 12 centros de referência. A conclusão dessa etapa deve ocorrer em outubro.
A empresa estatal chinesa Sinopharm começou a fazer, em julho, testes da fase 3 nos Emirados Árabes. O ministro da Saúde de Abu Dhabi foi o primeiro voluntário a ser imunizado e 15 mil pessoas devem participar no total. Em julho, o presidente da Sinopharm disse que a vacina poderia estar disponível para a população até o fim deste ano. A Sinopharm também está testando uma segunda vacina de vírus inativado, desenvolvida pelo Instituto de Produtos Biológicos de Pequim. Os testes estão na fase 3, também nos Emirados Árabes Unidos, onde 5.000 pessoas recebem a versão do Instituto Wuhan, enquanto outras 5.000 a do Instituto de Pequim.
Estudos estão sendo conduzidos na Holanda (Nijmegen"s Radboud University and Utrecht University), Grécia (University of Athens), Austrália (University of Melbourne) e Reino Unido (University of Exeter) para avaliar se a vacinação contra o bacilo Calmette-Guérin (BCG) poderia aumentar resistência a infecções em geral, como à Covid-19, em profissionais de saúde e idosos. Na Austrália, os testes estão na fase 3. Um estudo mostrou que os países onde a vacina contra as formas graves da tuberculose é obrigatória apresentaram taxas mais baixas de infecção e morte pelo coronavírus durante o primeiro mês da pandemia em suas regiões.
Fonte: O Imparcial