Ventos que atingiram a capital maranhense chegaram a 75 km/h

a zona urbana da capital, a ventania forte já teve ocorrência nos bairros Turu, Coroadinho e Forquilha, mas fenômeno é mais comum em área não habitada

Por Patrícia Cunha - Posicionamento textual - Ricardo Becker em 15/07/2020 às 09:03:45
Foto: Divulgação/e-Social

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Apopulação de São Luís ficou alarmada com a forte ventania que atingiu a região da Forquilha na tarde da última segunda-feira e causou alguns estragos como queda de poste, destelhamento de casas, placas arrancadas, carros danificados.

O fenômeno, classificado, segundo o Núcleo Geoambiental (NuGeo) da Universidade Estadual do Maranhão, como vendaval, aconteceu pela terceira vez. A primeira foi no dia 8 de junho no Turu, e a outra mais recente, no dia 6, no Coroadinho.

Apesar do susto, dos transtornos, prejuízos e danos materiais, as três ocorrências não tiveram pessoas feridas. "Foi o mesmo fenômeno o que ocorreu nos três bairros. O vendaval é comum só que acontece em áreas desabitadas, por isso, às vezes não temos conhecimento. Apesar de ser bastante chocante do ponto de vista visual, porque você vê coisas voando, mas não oferece risco de morte das pessoas. É praticamente prejuízo material. Apesar do susto a gente não precisa ficar preocupado das pessoas perderem a vida por causa do fenômeno. O que pode acontecer é a pessoa ser atingida por uma telha, mas isso já é consequência", disse o meteorologista do NuGeo, Hallan Cerqueira.

Mas então por que aconteceu na zona urbana? "Casualidade".

Essa foi a resposta do meteorologista. "Se fosse um negócio tão preciso ia acontecer quase no mesmo lugar. Mas acontece em pontos diferente da cidade. A mesma coisa ocorre com a chuva, que às vezes chove em um bairro e em outro, que é vizinho, não. A previsibilidade é muito ruim para esse tipo de fenômeno e é associado mais à casualidade. É muito aleatório".

"Com certeza hoje vai acontecer em algum outro lugar. Porque na verdade o fenômeno em si é muito concentrado. Aconteceu na Forquilha, Coroadinho, Turu, mas foram eventos isolados. Nós temos (o NuGeo) uma estação no aeroporto, que fica perto da Forquilha, que não registrou nada. Ou seja, é muito localizado, difícil de prever. A gente consegue prever a nebulosidade, mas exatamente onde vai acontecer o fenômeno não tem como porque é muito pequeno e a possibilidade sempre há", disse Hallan.

O especialista pediu que a população não se alarmasse, embora o fenômeno possa assustar.

Diferentemente do que alguns publicaram em suas redes sociais, não se tratou de um tornado. "Existe uma classificação universal pela velocidade do vento. Cada faixa de vento produz um tipo de estrago. Por exemplo o tornado já é capaz de virar carros, destruir casas… No caso dos três eventos que aconteceram aqui, classificados como vendaval, o fenômeno levantou telha, derrubou muro, mas nada mais grave", disse o especialista.

Período de transição

O vento atingiu a velocidade de 75km/h e durou cerca de 10 minutos. Se ainda vai acontecer, quando ou onde? Impossível de prever. Segundo Cerqueira, pode acontecer em qualquer lugar, especialmente porque estamos em um período em que as condições climáticas favorecem a ocorrência. A partir de agosto começa no período seco no norte do estado, que vai até novembro sem grandes precipitações de chuva.

"Estamos passando por um período de transição da época chuvosa para a seca. Aumenta a probabilidade por serem as condições ideais para formação de fenômenos, porque precisa de calor, precisa de umidade alta, e a gente está próxima ao mar. A associação desses dois pode formar esse tipo de fenômeno. Normalmente os ventos que que vem do mar são mais constantes e menos intensos. Na ocorrência da Forquilha, Turu e Coroadinho falamos de uma rajada muito forte, concentrada e rápida, com uma capacidade explosiva muito grande e que entra na categoria de evento extremo que faz parte da natureza do clima e do tempo", finaliza.

Relembre

8 de junho

Ventania forte ocorrida, que antecedeu uma chuva rápida, mas intensa, ocorreu no Turu destruindo estruturas de estabelecimentos comerciais, arrancando placas e telhas. Não houve registro de pessoas feridas ou desabrigadas.

6 de julho

Às 14h30 forte ventania no Coroadinho, Vila Frades e Alto do São Francisco destelhou casas, arrancou galhos de árvores e objetos foram levados pelo vento, que durou poucos minutos.

3 de julho

Forte ventania registrada com mais intensidade na região da Forquilha, mas também com ocorrência na Cidade Operária, causou destruição no início da tarde.

Fonte: O Imparcial

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