Os líderes do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO) e na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR) também falaram na coletiva do Salão Negro, após as declarações de Maia. Gomes afirmou que o plano é convencer os parlamentares, e que, por enquanto, não há previsão de adiar mais uma vez a sessão do Congresso. Como Rodrigo Maia (DEM-RJ), ele também declarou respeito à decisão do Senado, que o grupo trabalha para modificar.
"Ressalto o caráter democrático e republicano de Maia na defesa da autonomia e na defesa das decisões tomadas no parlamento, em especial a decisão do Senado. Nenhuma crítica é mais importante que a autonomia dos poderes e o equilíbrio que o sistema bicameral traz para o processo legislativo. Assim como o senado pode ser convocado a revisar decisões da Câmara, a Câmara tem uma matéria super importante, super difícil para votar na manutenção do veto. E entendemos. Por isso nossa dedicação é exclusiva hoje a conversa com os líderes da Câmara, por esse processo de união, de parceria", ponderou.
Gomes destacou que os blocos de vetos apreciados ontem pelos senadores continham mais de 40 dispositivos, todos negociados, inclusive com a oposição. O último foi o de número 17, sobre o trecho da Lei Complementar 173/2020, que livra funcionários da saúde e da segurança pública da proibição de reajuste salarial para o ano de 2021. "Queremos chamar a atenção para o rigor fiscal do governo, a população brasileira, nas últimas semanas, teve na memória a discussão sobre ter ou não R$ 5 bilhões para obras públicas e investimento, por conta do pacto, para manter as despesas no teto, e nos surpreendemos com uma despesa que pode chegar a R$ 130 bilhões", afirmou.
"Confiamos que será votado na tarde de hoje, de maneira aberta, transparente. E a gente confia que Jair Bolsonaro terá seu veto mantido pelo espírito público de todo o parlamento. Fica a nossa gratidão a todos os líderes e os que acompanharam de maneira remota essa decisão. Sairemos fortalecidos pelo processo de diálogo e de abertura com todos os cidadãos. Esses recursos podem fazer falta nos programas emergenciais, decisões que o governo tem tomado nesses seis meses", destacou completando que o país enfrentará "uma crise muito séria" em um futuro recente.
Já Ricardo Barros destacou o empenho para conseguir os votos para a manutenção do veto. "Não queremos furar o teto (de gastos). Queremos conter a despesa. Se cresce, vai encostar no teto. Se furamos o teto, teremos aumento de juros e cada ponto que pagarmos, 1% a mais, são R$ 60 bilhões para a rolagem da dívida. Essa decisão é muito importante. O presidente (da República) vai anunciar eventualmente uma prorrogação do auxílio emergencial e esse impacto vai mudar a possibilidade dos valores e do prazo do auxílio. Estou pedindo a cada parlamentar da Câmara o apoio e o seu empenho no convencimento dos colegas", afirmou o deputado.
"Agradeço a todos os líderes presentes e os que participaram remotamente. Vamos trabalhar. O tema é esse. Temos que trabalhar nas nossas bancadas. O presidente Rodrigo Maia está empenhado. fazemos esse anúncio de articulação e união e vamos ligar a cada parlamentar e buscar o apoio para essa matéria. É importante buscar cada voto. No senado, foram dois votos que provocaram essa necessidade de votação e queremos uma votação tranquila", destacou Barros.
Correio Braziliense