Para incentivar a atividade física como forma de prevenção a doenças, o Ministério da Saúde lançou ontem (15) o programa Incentivo de Atividade Física (IAF) para a Atenção Primária à Saúde.
O evento ocorreu na orla do Rio de Janeiro, com uma caminhada do Leme ao Copacabana Palace, na zona sul da cidade, além de atendimento à população para orientação sobre alimentação saudável, combate ao tabagismo e prática de atividades físicas.
De acordo com o Ministério, até o fim do ano serão investidos R$ 100 milhões no programa, que chegará, neste primeiro momento, a 7,5 mil unidades básicas de saúde de 5 mil municípios. Os recursos serão usados para incentivar a contratação de profissionais de educação física, readequação de espaços para a prática de exercícios e compra de materiais. Para o próximo ano, a previsão é investir mais R$220 milhões.
O ministro Marcelo Queiroga explicou que o investimento em atividade física tem retorno garantido na prevenção ao desenvolvimento de uma série de doenças crônicas.
"A atividade física é uma forma de promover a saúde, de reduzir mortalidade por doenças cardiovasculares, o câncer, e promover uma diminuição de fraturas. Também fortalece a musculatura e o sistema ósseo articular fica menos vulnerável. É bastante custo efetivo. Não é nenhum tratamento caro, de um medicamento dito inovador, produzido pela indústria, que vai custar milhões de reais. É uma ação simples, com os profissionais de educação física orientando a prática correta de atividade física, que vamos mudar indicadores de saúde de maneira muito custo efetivo."
Os municípios que queiram aderir ao programa podem credenciar a partir de amanhã (16) as unidades de Atenção Primária à Saúde (APS), pelo portal e-Gestor.
O ministério também lançou hoje a funcionalidade Peso Saudável no aplicativo ConecteSUS, o mesmo utilizado para comprovar a vacinação contra a covid-19. Com o objetivo de estimular hábitos saudáveis, a ferramenta conta com o Programa 12 Semanas, que vai passar orientações aos usuários sobre alimentação e atividade física.
"Trata-se de recurso para o autocuidado, onde o usuário será estimulado a ter melhores hábitos de vida. Para isso, a cada uma semana, o participante receberá orientações e desafios relacionados às duas temáticas, sendo possível registrar os desafios já cumpridos e acompanhar o progresso", disse a pasta.
De acordo com o Ministério da Saúde, a prática regular de atividade física contribui para a proteção e combate às Doenças Crônicas Não Transmissíveis, como câncer de mama e de cólon, diabetes, cardiopatia e acidente vascular cerebral.
No Brasil, dados do ano passado mostram que 48,2% da população com 18 anos ou mais das capitais não praticavam o mínimo de atividade física semanal recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), com maior sedentarismo entre as mulheres (55,7%) e os idosos (73,0%).
A estimativa do ministério é que, no Brasil, 15% do total de internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) seja atribuído à inatividade física.
Fonte: Agência Brasil