Estado é condenado a instalar núcleo de perícia forense em um ano em Balsas

A multa por descumprimento é de R$ 200 mil mensais até o limite de 180 dias

Por CCOM-MPMA - Posicionamento textual - Ricardo Becker em 25/08/2020 às 11:37:41
Foto: Divulgação/e-Social

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O Ministério Público do Maranhão (MPMA) condenou a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão a instalar, em 12 meses, em Balsas, um núcleo de perícia forense da Polícia Civil para atender à mesorregião sul do Maranhão. A multa por descumprimento é de R$ 200 mil mensais até o limite de 180 dias.

Segundo o MPMA, o departamento deve conter, no mínimo, 87 profissionais, entre médicos legistas, odontolegistas, peritos criminais, auxiliares de perícias criminal e médico-legal, motoristas, removedores, agentes administrativos e auxiliares de serviços gerais.

Segundo informações, a medida foi anunciada pelo juiz Pedro Henrique Pascoal, a decisão é resultado de Ação Civil Pública de obrigação de fazer, ajuizada em 18 de junho de 2019, pelo promotor de justiça Moisés Caldeira Brant.

Como a região funciona sem núcleo de perícia?

A 11ª Delegacia Regional de Polícia Civil de Balsas atende 19 municípios, com população total de 330 mil pessoas (dados do IBGE), em uma área de 57 mil Km².

Para o MPMA, a falta de um núcleo de perícias na região afeta a qualidade das investigações da Polícia Civil, principalmente as que exigem laudos, dificultando a solução de crimes e contribuindo para o aumento da impunidade e da criminalidade.

Além disso, os casos mais graves, que exigem perícia oficial e mais detalhada, são encaminhados para o Icrim e o IML de Imperatriz (a 400 km de Balsas), elevando despesas e reduzindo o número de policiais civis.

O que foi determinado?

O núcleo deve disponibilizar instituto de identificação, com exames de pesquisa de impressões papilares; centro de perícias técnicas para atender crianças e/ou adolescentes vítimas de violência física, sexual e psicológica (CPTCA); Instituto Médico Legal (IML), para exames de corpo de delito em pessoas vivas e mortas; Instituto de Criminalística (Icrim), com seções de balística, análises e informática forenses, além de identificação veicular e vistoria de veículos e objetos.

Deve, ainda, funcionar em estrutura física adequada para acomodar seções de exame em pessoas vivas (adultos, crianças e adolescentes), exame cadavérico, identificação civil e criminal, perícias de laboratório químico e biológico, perícias internas sobre informática, documentoscopia, balística, vistoria e identificação veicular, perícias externas e exame em local de crime.

O núcleo também deve ser dotado com equipamentos informáticos, extratores de dados de aparelhos celulares, viaturas para transporte de servidores aos locais de crime e outras para transporte de cadáveres.

A lista dos itens deve incluir mobília administrativa, condicionadores de ar, mesas para necrópsia e ginecológica com os devidos acessórios, produtos químicos, vidraçaria (béqueres, pipetas, etc), balanças de precisão, estufa e exaustores, kits para local de crime e equipamentos de proteção individual para os profissionais.

Para garantir a segurança dos profissionais, instalações, equipamentos e vestígios analisados, deve ser contratado um serviço de vigilância armada.

Fonte: O Imparcial

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