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Covid-19: futuro da pandemia depende de mais estudos sobre a vacina

A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade. - Fernando Frazão/Agência BrasilNo webinar, a presidente da Fiocruz,...


A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade. - Fernando Frazão/Agência Brasil

No webinar, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, afirmou que as respostas da ciência para a pandemia não foram dadas “em pouco tempo”, como tem sido dito, mas sim que elas decorrem de um histórico longo de investimento em pesquisa.

O pesquisador Carlos Freitas, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (ENSP/Fiocruz), destacou que o Observatório Covid-19 começou a funcionar em abril de 2020, menos de um mês depois de o Brasil ter anunciado a situação pandêmica. Segundo ele, durante esses dois anos de trabalho foram publicados 400 documentos e 70 boletins, além da realização de 89 eventos virtuais, que combinaram informação a partir dos conteúdos científicos e estratégias de comunicação.

A pesquisadora Margareth Dalcomo, também da ENSP/Fiocruz, ressaltou que o trabalho durante a pandemia deixou três legados importantes: o reconhecimento pela sociedade das instituições públicas de pesquisa, a qualidade da produção científica brasileira e o voluntariado que atuou para minimizar as desigualdades intensificadas pela covid-19 no país.

O pesquisador Fernando Bozza, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocuz), apresentou os dados do trabalho feito com as populações de favelas do Rio de Janeiro, em especial no Complexo da Maré. Segundo ele, após as ações da Fiocruz, foi possível verificar o aumento de 20% na detecção de casos de covid- 19 na Maré e a redução de 48% na mortalidade pela doença na região.

Povos indígenas

Ana Lúcia Pontes, pesquisadora do ESNP/Fiocruz, apresentou os dados sobre a vulnerabilidade dos povos indígenas frente à doença e as estratégias de enfrentamento encontradas. De acordo com ela, essas populações tem mais dificuldade de acesso a unidades de saúde para tratamentos mais complexos.

A pesquisadora disse que o excesso de mortalidade pela covid-19, ou seja, o número de pessoas que morreram a mais do que a média anterior à pandemia, foi de 18% entre não indígenas e chegou a 34% entre os indígenas brasileiros.

De acordo com informações da Secretaria Especial de Saúde Indígena - Sesai, até esta quinta-feira 373.829 mil indígenas tomaram a primeira dose da vacina contra a covid-19, o que equivale a 91% da população indígena com 18 anos ou mais atendida pelo Subsistema de Atenção à Saúde Indígena do SUS (Sasisus). Mais de 353 mil indígenas tomaram a segunda dose (86% do total).

Profissionais de saúde

A pesquisadora Maria Helena Machado, também da ENSP/Fiocruz, detalhou duas pesquisas sobre as condições de trabalho dos profissionais da área de saúde durante a pandemia. Segundo ela, houve um crescimento muito grande da precarização e terceirização do trabalho, sucateamento das condições de trabalho, achatamento salarial, fala de perspectiva profissional, aumento da carga e adoecimento mental, além de milhares de mortes por covid-19.

A Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde para falar sobre as ações de enfrentamento à pandemia e a atenção à saúde indígena e aguarda retorno.

AgĂȘncia Brasil

Saúde Fiocruz Covid-19 Vacina Pandemia Coronavírus

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