A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou na Ășltima sexta-feira (24) nota técnica reafirmando a importância da manutenção de aulas presenciais, resguardado o afastamento de casos positivos e de sintomĂĄticos respiratórios.
O Grupo de Trabalho enfatiza que é necessĂĄrio ter disponibilidade de testes para covid-19 na comunidade escolar e recomenda que seja dada prioridade à vacinação (doses de reforço) aos trabalhadores da educação.
Ainda de acordo com o documento, "situações identificadas como agravos associados à covid-19 devem ser referenciadas para as equipes de atenção primĂĄria à saĂșde, vinculadas a unidades bĂĄsicas de saĂșde. Os pesquisadores ressaltam que as escolas são equipamentos seguros e essenciais, por serem promotoras e protetoras da saĂșde."
De acordo com os pesquisadores, "decorrido todo este tempo de convivĂȘncia com perĂodos de maior ou menor transmissão do Sars-CoV-2, pode-se afirmar que as atividades presenciais nas escolas não tĂȘm sido associadas a eventos de maior transmissão do vĂrus".
Segundo o GT, "a detecção de casos nas escolas não significa necessariamente que a transmissão ocorreu nas escolas. Em sua maioria os casos são adquiridos nos territórios e levados para o ambiente escolar. Nesse sentido, a experiĂȘncia atual, comprovada por estudos cientĂficos de relevância, revela disseminação limitada da covid-19 nas escolas".
O documento informa que em 21 de junho o Brasil apresentava 77,8% com ciclo completo de vacinação da população total e 85,5% para a população elegĂvel acima de 5 anos. No entanto, somente 46% com ciclo completo (todas as doses de reforço) da população total e 55% da população vacinĂĄvel com reforço acima de 12 anos.
Na faixa etĂĄria entre 5 e 11 anos, hĂĄ 13.056.571 (63,69%) de crianças com a primeira dose e somente 7.967.345 (38,86%) com a segunda dose, nĂșmeros aquém do necessĂĄrio para uma imunização coletiva completa.
Segundo os pesquisadores, essas informações revelam um maior risco para internação, gravidade e morte relacionadas aos não vacinados completamente.
A nota diz que, pelas caracterĂsticas da doença, padrão de disseminação nas diferentes faixas etĂĄrias e efeitos da vacinação, é possĂvel afirmar que a transmissão de trabalhadores para trabalhadores é mais frequente do que a transmissão de alunos para trabalhadores, trabalhadores para alunos ou alunos para alunos.
Portanto, aconselham os pesquisadores, medidas de proteção devem ser adotadas em todos os ambientes escolares, com priorização das estratégias direcionadas à redução da transmissão entre trabalhadores (por exemplo: espaços de convĂvio e ĂȘnfase no rastreio de casos e contatos).
O documento lembra que o controle da pandemia resultou, em 2022, na retomada plena das atividades presenciais nas escolas, constatando as consequĂȘncias e prejuĂzos pedagógicos e psicossociais da pandemia Covid-19. Assim, é imperativo buscar reconstruir as rotinas escolares e seus projetos pedagógicos. A nota afirma que, no atual momento epidemiológico, não são recomendadas novas interrupções das atividades escolares.
Fonte: AgĂȘncia Brasil