A cidade de São Luís teve origem com a invasão dos franceses, em 1612, que aqui desejavam implantar uma colônia com o nome de França Equinocial e construíram o Forte Saint Louis, e moradias foram implantadas no seu entorno, iniciando uma povoação com indígenas e colonos.
O sonho francês acabou com a expulsão destes colonizadores por tropas holandesas, visto que aquele país desejava implantar na região, um polo açucareiro, mas também foram expulsos por tropas portuguesas com auxílio dos nativos.
Os portugueses assumiram o poder e iniciaram a construção propriamente dita, com edificações na região do Forte e seguindo para o Largo do Carmo e os chamados caminhos grandes, como Rua do Sol, Rua da Paz e Rua Grande, se originando então, onze bairros no entorno deste Centro.
Caminho Grande
A professora/ doutora Heloisa Reis Curvelo, do departamento de Letras da Universidade Federal do Maranhão, em suas pesquisas, constatou que do Caminho Grande, que se estendia até o Bairro do Anil, foram surgindo ,nas sua margens, bairros como Monte Castelo, Apeadouro, João Paulo que se somaram ao Anil e o próprio Cutim (uma extensão do Anil), que então era aldeia indígena, cujo nome teve origem pelo fato dos seus habitantes indígenas, usarem uma erva que era esfregada nas águas do rio e as tornava azulada com tons violeta, dando o nome à Vila do Anil.
Após suas fundação, São Luís teve sua expansão populacional no entorno do Centro, dando origem a onze bairros, constando como o mais antigo o Vinhais Velho, que era uma aldeia indígena denominada Eussaup, que viveu sob o domínio de padres que exerciam a catequese mas foram expulsos e outras pessoas entraram na vila e deram o nome de Vinhais, em alusão aos vinhedos muito comuns na Europa.
Camboa
O Bairro Camboa era também uma aldeia indígena e teve esta denominação em face dos índios usarem uma técnica de pesca chamada gamboa, que se constituía em represar as àguas do mar durante a maré cheia, e com a vazante, os peixes ficavam presos e eram então capturados. Em princípio foi chamado Camboa do Mato e depois, simplificado para apenas Camboa.
Diamante
Ao lado da Camboa tem o Diamante. Ali havia uma fonte onde as mulheres iam lavar roupas e servia também como u refúgio, distantes dos olhares curiosos, onde aproveitavam para também namorar.
Em face de ter um homem que era casado e mantinha um relacionamento extraconjugal com uma mulher com quem se encontrava na área da fonte do Mamoim, e que passou a ser chamada de Fonte dos Amantes, dando origem ao nome do bairro que, a princípio, chamavam de De Amante e depois a população adotou o nome Diamante. Assim, sua origem não tem nada a ver com o mineral precioso.
Bairros: Vila Passos e Madre de Deus
Conforme a professora Heloisa Curvelo, a área hoje denominada Vila Passos, na verdade era um cemitério destinado ao sepultamento de pessoas indigentes, pobres que não dispunham de recursos para um enterro de grandes pompas. Era um cemitério filantrópico que tinha a denominação de Cemitério da Cruz dos Passos do Nosso Senhor Jesus Cristo, pertencente à Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, administrada por padres católicos, enquanto que o Cemitério do Gavião era administrado pela Santa Casa de Misericórdia e se destinava ao sepultamento das pessoas pertencentes às família de melhor poder aquisitivo. Logo teve início a uma discórdia entre os administradores dos dois cemitérios, visto que a Irmandade passou a ser acusada de atender também família de melhores posses, gerando ações que resultaram com o poder público da época determinando o fechamento do Cemitério da Cruz dos Passos de Nosso Senhor Jesus Cristo. A área ficou deserta e então passou a ser invadida por pessoas de baixa renda, dando origem a uma comunidade cuja população era formada, em sua maioria, por operários das fábricas, recebendo, inicialmente, o nome de Vila Operária e depois passou a ser chamada de Vila Passos.
Madre de Deus
A Madre de Deus se originou a partir do Largo de Santiago, pertencente ao capitão José Salgado de Sá e Moscoso, que tinha fábrica de beneficiamento de arroz, e construiu uma igreja que teria como padroeira a Madre de Dios, que foi depois transferida para os Capuchinos. Com a morte do capitão José Salgado, seus herdeiros entraram em litígio judicial com os capuchinhos, que tiveram que deixar a administração da igreja e as terras foram vendidas pelos herdeiros, sendo ocupadas por fábricas da indústria têxtil, como a Fábrica São Luís, Santa Amélia e Cânhamo. Do outro lado até chegar ao Rio Bacanga, era uma área de apicuns que passou a ser habitada por famílias de pescadores e operários das fábricas, se tornando no atual bairro cultural da Madre de Deus.
O Imparcial