Confira a história de becos e ruas de São Luís com nomes diferentes

Uma toponímia bem diversificada foi adotada para a identificação, mas com o passar do tempo, a população adotou outros nomes

Por Neres Pinto - Posicionamento textual - Ricardo Bceker em 08/09/2020 às 10:12:55
Foto: Divulgação/e-Social

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São Luís é uma cidade "quatrocentona" que respira e inspira poesias por todos os cantos. Suas ruas e becos, alguns com nomes bem pitorescos e até mesmo irreverentes, embalam a lira dos nossos menestréis, inspirando nossos poetas a cantar e louvar esta cidade, ratificando o seu eterno amor pela terra-mãe.

A fundação da cidade se deu em 8 de setembro de 1612. Localizada entre as baías de São Marcos e São José de Ribamar, na ilha Upaon-Açu, denominação que significa Ilha Grande – dada pelos índios tupinambás – São Luís é a única cidade do Brasil que foi fundada por franceses. Surgiu da tentativa francesa de criar a França Equinocial e o líder da expedição que fundou a cidade foi Daniel de La Touche, conhecido como " Senhor de La Ravardiére". Posteriormente, São Luís foi invadida por holandeses que foram expulsos pelos portugueses que a colonizaram.

São Luís nasceu a partir da construção do Forte Saint Louis, edificado de forma rudimentar, de pau a pique e coberto de palhas, sendo destruído com o passar do tempo.

Conforme o historiador Euges Lima, das edificações erguidas no entorno do forte, a cidade se estendeu para o Adro do Carmo e deu origem aos três caminhos grandes, que depois viraram Rua do Sol, Rua da Paz e Rua Grande. A cidade começou a se organizar com a chegada do engenheiro- mór Francisco de Mesquita que fez o projeto da cidade, se iniciando pela avenida Pedro II estendendo-se pela Praça João Lisboa e o Adro do Carmo, expandindo-se pela Rua Grande, Rua do Sol e Rua da Paz.

O engenheiro-mor Francisco de Mesquita, que veio junto com as tropas de Jerônimo de Albuquerque, realizou o projeto da cidade fazendo o traçado de ruas, becos, largos e logradouros diversos.

Então a cidade se expandiu e surgiram os bairros. Uma toponímia bem diversificada foi adotada para a identificação, mas com o passar do tempo, a população adotou outros nomes. Os mais antigos remetem, então, à São Luís colonial e nomes de suas ruas, perduram.

Rua dos Afogados

No início do Século XX, a municipalidade resolveu mudar os nomes das ruas para homenagear suas personalidades. Assim, a Rua dos Afogados, que já era conhecida como Rua da Viola ou Rua do Afoga Bugios, virou Rua José Bonifácio, em homenagem ao grande defensor do fim da escravatura e da proclamação da República.

Rua do Sol

A Rua do Sol passou para Nina Rodrigues, com a morte do médico maranhense em Salvador-Bahia, para onde foi depois de ter sido hostilizado pela sociedade local, por defender o valor nutritivo da farinha de mandioca. Ao voltar para Salvador, se destacou por implantar a cadeira de Medicina Legal na Universidade Federal.

Rua do Giz


A Rua Giz, que ganhou este nome em face de ser longa estreita e ter na sua pista de rolamento, em face da ausência de pavimentação, uma argila esbranquiçada, tipo tabatinga, que se parecia com giz, passou a ser chamada de 28 de julho, em referência à data da adesão do Maranhão à independência do Brasil. Esta rua, assim como a Rua da Palma e suas transversais, celebrizou-se no século vinte por ser a zona do meretrício.

Rua da Palma

A Rua da Palma passou a ser chamada de rua Herculano Parga, político brasileiro que governou o Maranhão de 1914 a 1918, substituindo Luís Domingues. A Rua da Estrela virou rua Cândido Mendes e a Rua Direita passou a ser chamada Henriques Leal.

Fonte: O Imparcial

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