Aumento de bicicletas nas ruas

O tipo de vítimas e características dos acidentes também tem sofrido alterações por causa da pandemia. O exemplo icônico é o caso dos ciclistas. Eles se tornaram as maiores vítimas no trânsito durante a pandemia. Nas cidades mineiras por exemplo, entre março e junho, em comparação com o mesmo período do ano passado, foram seis vezes mais as mortes de usuários de bicicleta em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS).

A explicação se encontra no aumento de ciclistas produzido no primeiro semestre do ano. A Associação Brasileiro do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) informou que a venda do produto mais que dobrou no país se comparado com o mesmo período do ano passado registrando um aumento de 118 por cento. Trata-se de uma ótima notícia para o setor, mostrando não unicamente a recuperação do mercado fortemente prejudicado no início da pandemia, mas também reflete o crescimento atingindo um patamar histórico. O choque de vendas trouxe um grande alívio se levado em conta que, entre março e abril, mais da metade das lojas de bicicletas registraram quedas de 50% a 70% no faturamento.

O boom se deve a necessidade das pessoas de poder se locomover de forma individual evitando o uso do transporte público com os riscos de contágio que aquele significa. Além disso, tornou-se uma atividade de lazer e exercício muito atrativa para quem passa tempo demais na casa. Outro fator levado em conta foi o fato de que muitas famílias sofreram as consequências económicas da crise e, na procura de reduzir o orçamento, se inclinaram por este meio de transporte que supõe custos fixos bem menores se comparados com os carros ou motocicletas. Ao anterior se soma o incremento no uso dos aplicativos de delivery, (do tipo Ifood, Glovo, etc.) atento que a maioria dos repartidores utilizam bicicletas para prestar o serviço.