ato Maranhense. Nesta semana, a competição marca a volta da disputa com dois jogos no interior do estado. A bola começa a rolar em São Mateus, no sábado (1º/08) onde jogam Juventude e MAC, às 15h30, enquanto o Imperatriz recebe o Sampaio, às 18h. Na sequência, terça-feira (4/08) a rodada será complementada com um Maremoto (MAC x Moto) na capital e mais três jogos no interior: Imperatriz x Pinheiro; Cordino x São José, e Juventude x Sampaio, todos no período vespertino.
Amplamente divulgada com antecedência, a programação pode até ser cumprida sem maiores problemas, porém o clima ainda é de preocupação por parte de alguns clubes notadamente no interior. Na capital, também há quem reclame das despesas para as próximas etapas de exames e alguns aguardam ajuda da Federação Maranhense de Futebol (FMF). Serão realizados testes em atletas, comissão técnica e todos os envolvidos nos confrontos, de acordo com o método RT-PCR exigido pela entidade, padrão da CBF.
Os chamados clubes pequenos são os que mais reclamam. Estão considerando muito altos os valores de cada exame, que serão obrigatórios três dias antes de cada rodada, com resultado divulgado na véspera. Algo em torno de R$ 7 a 8 mil por equipe. Além disso, esse tipo de testagem não é feito em todas as cidades, no momento.
Interrogados sobre o cumprimento da exigência do teste pelo método exigido pela entidade do desporto (FMF), dirigentes de pelo menos dois clubes (PAC e Cordino) tinham dúvida sobre os locais de coleta do material, em Pinheiro e Barra do Corda, enquanto um terceiro alegava não ter a menor condição de bancar os custos, o São José de Ribamar. "O Pinheiro está tomando todas as providências para cumprir com o protocolo. Vamos realizar os testes e esperamos que aqui tenha o PCR, caso contrário, buscaremos nos laboratórios de São Luís", afirmou o dirigente Filemon Guterres, do PAC. É possível até que as providências já tenham sido tomadas no fim de semana. O clube se reforçou com atletas vindos do interior da Paraíba e Ceará, e contratou o conhecido técnico português Luís Miguel.
Em Barra do Corda, além dos custos dos exames, que assustam, o Cordino corre o risco de não disputar sua última partida no Estádio Leandro Silva. Tudo vai depender da liberação daquela praça esportiva, pela prefeitura, no dia 1º. A partida contra o São José está marcada para três dias depois. Caso o estádio não seja liberado, o jogo poderá ser disputado em Tuntum ou Presidente Dutra, distante pouco mais de 100km.
As incertezas do Cordino são maiores porque se o MAC derrotar o Juventude ultrapassa o São José e ficaria inviável fazer despesas só para cumprimento de tabela. A federação admite estudar o cancelamento dessa partida, caso ocorra uma vitória maqueana.
O presidente do São José, Paulo Campineiro, disse à reportagem que não tem recursos para realização dos testes RT-PCR. "Vamos fazer os testes rápidos nos atletas que já convocamos para os treinamentos no campo da Mata, sob o comando do treinador Ferro. Aproveitamos alguns jogadores, inclusive o goleiro Laerte e o meia Cléo, mas prefiro a desistência do que desembolsar quase dez mil reais com esses exames exigidos pela federação", avisou. Campineiro sabe que uma desistência poderá ocasionar não apenas o W.O, mas outra punição na Justiça Desportiva. "Não estou preocupado com isso. Tenho uma carta na manga e sei como defender o direito do São José", enfatizou.
O primeiro clube a realizar os exames (testes rápidos) foi o Juventude Samas, no último dia 13. Na oportunidade, 26 atletas e seis integrantes testaram positivo, segundo comunicado feito pelo presidente Miltinho Aragão à FMF, inclusive pedindo adiamento da rodada inicial diante do MAC. A entidade, no entanto, indeferiu o pedido e desconsiderou esse tipo de exame, exigindo o RT-PCR. "Fiquei triste com a negativa da mudança de datas, externei isso à federação, tendo em vista que os atletas terão pouco tempo para treinamento. Contudo, devemos fazer sim outro teste, em respeito à saúde individual de cada atleta, é óbvio", lamentou. Os afetados cumpriram quarentena e já estão recuperados.
O MAC também foi um dos primeiros a realizar os testes rápidos (sorologia) de seus profissionais e, num primeiro momento, foram catalogados dez casos positivos entre jogadores (sete) e funcionários. Tomadas as providências de medicação e quarentena, todos estão recuperados e os atletas participando dos treinamentos.
Os que vieram de outros estados também foram liberados. O presidente Robson Paz, ao tomar conhecimento das despesas futuras com a testagem que o clube terá se for até à fase final do campeonato, também manifestou preocupação. Interrogado sobre o assunto, afirmou: "Ainda estamos em contato com os clubes e a FMF para buscar alternativas. Estamos dialogando".
Ao realizar os testes iniciais, antes dos treinamentos, o Tricolor teve quatro funcionários acusando positivo, mas estes cumpriram o tratamento e já foram liberados.
No meio da semana, 44 foram chamados para nova testagem e todos deram negativo, segundo informou a O Imparcial a assessoria de comunicação do clube na manhã da última sexta-feira. Dentro de dez dias serão realizados novos exames. No Campeonato Brasileiro as custas correm por conta da Confederação Brasileira de Futebol.
Um dos últimos clubes chamados grandes a se apresentar, o Imperatriz teve dificuldades financeiras para definir seu retorno às atividades. No fim de semana, a diretoria anunciou a realização dos testes visando o reinício dos treinamentos. A segunda testagem será feita dentro do prazo estabelecido pela FMF. O Cavalo de Aço, que disputará a Série C do Brasileiro, também será beneficiado pelo protocolo da CBF.
O Moto cumpriu com as exigências no primeiro teste dos atletas, visando o reinício dos treinamentos. Todos os jogadores, comissão técnica e funcionários testaram negativo por meio sorológico. A expectativa, agora, é para a segunda etapa de testagem, cuja data ainda não havia sido confirmada até o último fim de semana.
Fonte: O Imparcial