Nesta quinta-feira, 22, o programa Pânico recebeu o humorista Nil Agra, fenômeno do stand-up no Youtube e nas redes sociais que afirmou que, mesmo no humor, existem temas que não podem deixar de ser comentados. Para ele, os maiores críticos de suas piadas ligadas à política são os apoiadores de Jair Bolsonaro. “Meus temas eram mais pessoais, no começo da carreira era falar mais para rir. Conforme vai passando o tempo, você vai pensando que a galera que me curte e me segue gostaria de saber o que eu gostaria de falar. Tem umas coisas que a gente tem que falar e não pode deixar passar. Eu falo de política, falo de Bolsonaro, mas quando era a Dilma e o Lula eu falava também. Os bolsonaristas ficam mais agressivos. Se você fala mal do Bolsonaro pra um bolsonarista ele fica “tilte”. Acho irônico que quando você fala mal do Bolsonaro para um bolsonarista ele dá PT. Tem uma galera que fica louca e xinga.”
Nil teve problemas com ameaças ao seu trabalho no humor após fazer piadas sobre o porte de armas. O humorista contou que, diante da perseguição, precisou se mudar da casa onde vivia com a família. “Eu fiz meu primeiro texto sobre controle de armas, porque sou contra o porte, acho que não estamos prontos como sociedade pelo nível que estamos. Recebi um e-mail dizendo "se você não parar de falar isso eu te dou um tiro". Eu respondi dizendo que ele tinha acabado de provar o meu ponto, mas o cara mandou meu endereço no e-mail, colocou o endereço da escola que meus filhos estudam.”
O humorista ainda relembrou desavenças que teve com Tatá Werneck quando protagonizou ao lado dela e de outros humoristas o programa "O Estranho Show de Renatinho", que foi cancelado pelo Multishow para dar lugar ao "Lady Night", talk show solo de Tatá. “Não teve reunião, foi uma mensagem no Whatsapp. A gente assinou um contrato, diziam que ia ter três, quatro temporadas. O que aconteceu foi que mandaram uma mensagem. "Vai ter a segunda temporada e a gente queria saber se você quer ser roteirista". Eu não entendo, no lugar da Tatá eu acho que não faria a mesma coisa. Não quero ser o ápice da moralidade também, peguei uma leve magoazinha, o que pra mim foi bom, pois pude focar no meu trabalho com stand-up e meu canal no Youtube. Canal foi subindo, aumentando público. Hoje em dia eu viajo e loto teatro por causa do canal. O dinheiro que o canal me dá hoje é três vezes o que o Multishow me dava.”
Fonte: JP