Projeto leva internet a alunos e professores de escolas pĂșblicas

O projeto Ă© para alunos do 9° ano e ensino fundamental, ensino mĂ©dio e professores da rede pĂșblica durante a pandemia

Por O Imparcial - Posicionamento textual - Ricardo Becker em 14/07/2020 às 13:11:36
Foto: domínio público

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Apresentada na Câmara, proposta pretende usar recursos de fundo gerido pela Anatel para custear tecnologia. Em meio a polĂȘmicas protagonizadas por ministros e denĂșncias de redução de investimentos em educação, um Projeto de Lei apresentado na Câmara dos Deputados espera garantir o fornecimento de internet banda larga individualizada para estudantes do 9Âș ano do ensino fundamental, ensino medio e professores da rede publica durante a pandemia.

De autoria do vice-lĂ­der do PCdoB, deputado federal MĂĄrcio Jerry (MA), a proposta acrescenta um parĂĄgrafo à lei do Fundo de Universalizac?a?o dos Servic?os de Telecomunicac?o?es (Fust), instituĂ­da em 2000 para assegurar o acesso à telefonia e internet nas regiões do paĂ­s com baixa densidade demogrĂĄfica e dinâmica econômica.

Segundo dados da Ca?mara dos Deputados, o total arrecadado pelo fundo, desde a sua criac?a?o, supera os R$ 21,8 bilho?es, mas os recursos na?o ve?m sendo aplicados para a expansa?o da telefonia por parte da Anatel. O autor recorda que o artigo 5Âș da lei determina que ao menos 18% do Fundo deveria ser aplicado em educac?a?o, mais especificamente em estabelecimentos publicos de ensino, o que também não se comprova. O valor corresponderia a R$ 3,9 bilho?es.

Com um total de 8 milhões de alunos inscritos do 9Âș ano ao ensino médio e mais um milhão de docentes nas esferas municipal, estadual e federal, de acordo com o Ășltimo Censo, Jerry aponta ainda que a estimativa de custos para bancar o acesso destes pĂșblicos à tecnologia seria de cerca de R$ 1,5 bilhão, por 10 meses, menos da metade do valor determinado como de uso obrigatório para aplicação.

Além da preocupação com a finalização do ensino fundamental por alunos do 9Âș ano e da preparação dos alunos para o Exame Nacional do Ensino Medio (Enem), o deputado justifica a urgĂȘncia do projeto com o provĂĄvel crescimento da evasão escolar pela falta de recursos que viabilizem a participação dos estudantes.

"O projeto de Lei quer assegurar a utilização de um fundo jĂĄ existente para garantir direitos", frisou MĂĄrcio Jerry.

Situação do paĂ­s

Desde março, com a suspensão das atividades presenciais e a adoção de aulas on-line, cada vez mais estudantes tĂȘm abandonado as instituições de ensino. Dados mais recentes do IBGE apontam que 11,8% dos jovens entre 15 e 17 anos — o equivalente a 1,1 milhão de pessoas — estavam fora da escola em 2018.

O risco do aumento da evasão escolar vem crescendo pela dificuldade de acesso à internet, gerando novos excluĂ­dos.

Um relatório divulgado no fim de junho pela a Organização das Nações Unidas para a Educação, a CiĂȘncia e a Cultura (Unesco) informou que 40% de um grupo de mais de 200 paĂ­ses não tĂȘm como oferecer apoio a estudantes no ensino a distância durante a pandemia. No capĂ­tulo dedicado ao Brasil, foram feitas observações quanto a escolas que aprovam estudantes que não assimilaram de fato os conteĂșdos e as barreiras enfrentadas pela parcela negra, definidas como "legado de oportunidades limitadas de educação".

No inĂ­cio de julho, o Conselho Nacional de Educação (CNE) emitiu um parecer com orientações para a retomada gradual de aulas e atividades pedagógicas presenciais no paĂ­s. Apesar das sugestões apresentadas, o órgão reforça que o retorno não darĂĄ conta de toda a oferta de aprendizado e que a presença do ensino à distância serĂĄ necessĂĄria até, pelo menos, 2021.

Fonte: O Imparcial

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