Rio: veja os impactos da variante ômicron sobre transportes e serviços

A Agência Brasil fez um levantamento de como a variante Ômicron do novo coronavírus afeta a vida dos moradores do estado do Rio de Janeiro em setores essenciais

Por Jota Silva em 18/01/2022 às 08:13:02

A AgĂȘncia Brasil fez um levantamento de como a variante Ômicron do novo coronavĂ­rus afeta a vida dos moradores do estado do Rio de Janeiro em setores essenciais para o funcionamento das atividades econômicas, como transporte urbano, abastecimento e o setor bancĂĄrio.

Até a Ășltima sexta-feira (14), 110 funcionĂĄrios foram afastados de suas funções, segundo informou hoje (17) a SuperVia - empresa que administra trens urbanos no estado. Em nota, a empresa esclareceu que, devido ao aumento de casos de sintomas semelhantes aos da covid-19 entre colaboradores nos Ășltimos dias, precisou afastĂĄ-los das atividades. "O esgotamento dos testes nas redes de saĂșde pĂșblica e particular atrasa o retorno desses colaboradores às atividades", informou o comunicado.

Desde o inĂ­cio da pandemia do novo coronavĂ­rus, em março de 2020, a SuperVia tem adotado medidas para evitar a proliferação da doença entre seus colaboradores, como a utilização de mĂĄscaras e ĂĄlcool em gel, mas os casos, no entanto, voltaram a ocorrer em função da nova variante do coronavĂ­rus, lamentou a companhia.

Metrô e ônibus

Da mesma forma, o MetrôRio relatou que, com o aumento de casos de sĂ­ndromes gripais ou covid-19, os funcionĂĄrios que apresentarem sintomas das doenças serão afastados por tempo definido pelos protocolos dos órgãos de saĂșde, sendo acompanhados pela equipe de saĂșde da concessionĂĄria. Apesar dessa situação, a operação segue em funcionamento.

A assessoria de imprensa da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor) informou à AgĂȘncia Brasil que a entidade não tem balanço consolidado do setor, uma vez que os dados são gerados por cada empresa.

Supermercados

Também em nota, a Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) informou que o setor supermercadista estĂĄ preparado para trabalhar com um nĂșmero reduzido de colaboradores, em função da variante Ômicron, como aconteceu no inĂ­cio da pandemia. A entidade não tem registro de fechamento de nenhuma loja devido ao afastamento de funcionĂĄrios.

"Os supermercados inclusive reforçaram os estoques, para que não haja qualquer tipo de desabastecimento, o que não aconteceu em nenhum momento da pandemia. A Asserj estĂĄ acompanhando de perto o trabalho do setor e assegura que a população fluminense pode ficar tranquila quanto ao funcionamento dos supermercados", detalhou o comunicado emitido pela associação.

A superintendente da Asserj, Keila Prates, disse que o setor ainda estĂĄ trabalhando com o nĂșmero elevado de contratações do final do ano. Embora ela não tenha o quantitativo dos afastados pela ômicron, garantiu que não é expressivo e "não estĂĄ gerando nenhum tipo de complexidade na operação" das empresas.

Comércio

Novo estudo da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio RJ) revela que 58,7% dos empresĂĄrios fluminenses registraram funcionĂĄrios afastados por conta da variante ômicron na Ășltima semana, representando expansão de quase 20 pontos percentuais em relação ao estudo anterior, feito no dia 6 de janeiro. Desse total, 68,3% dos empresĂĄrios estão com até trĂȘs funcionĂĄrios afastados por conta da variante. Outros 41,3% dos empresĂĄrios não tiveram funcionĂĄrios afastados no perĂ­odo.

A sondagem foi realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e AnĂĄlises (IFec RJ) para saber o impacto da variante Ômicron no comércio de bens, serviços e turismo do estado. Iniciado em 13 de janeiro, com a participação de 268 empresĂĄrios do estado, o estudo foi concluĂ­do hoje (17).

O diretor do IFec RJ, João Gomes, avaliou que, "ainda assim, podemos afirmar que não existe chances de paralisação do setor de forma geral, tendo em vista que no comércio de bens, serviços e turismo, mesmo com um percentual elevado de empresas impactadas, o nĂșmero de funcionĂĄrios afastados para quase 70% desses estabelecimentos ficou em no mĂĄximo trĂȘs trabalhadores, lembrando que o menor porte de empresas pode chegar a um nĂșmero de até nove vĂ­nculos empregatĂ­cios".

A pesquisa também avaliou o impacto para o comércio de bens, serviços e turismo do estado do Rio de Janeiro e apurou que 60,5% dos consultados registraram algum tipo de prejuĂ­zo, seguidos por 23,1% que não tiveram nenhum prejuĂ­zo e 16,4% que registraram pouco impacto.

Para o presidente do Clube dos Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL Rio), Aldo Gonçalves, embora não se saiba com exatidão o total de comerciĂĄrios afastados pela Ômicron, o nĂșmero é bastante razoĂĄvel. "De qualquer maneira, isso causa prejuĂ­zo para o comércio, porque as pessoas ficam com medo de sair de casa, ficam mais retraĂ­das. Embora essa variante não seja letal, ela é muito contagiosa. Isso deixa as pessoas receosas de circularem", manifestou hoje (17) à AgĂȘncia Brasil. O comércio da capital fluminense estima perda de 30% do movimento normal, "no mĂ­nimo".

Bancos

Procurada pela AgĂȘncia Brasil, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) reiterou que "os bancos brasileiros tĂȘm assegurado as condições de um ambiente de trabalho com o mĂĄximo de proteção à saĂșde tanto para os funcionĂĄrios quanto para os clientes, tendo adotado protocolos rĂ­gidos de proteção sanitĂĄria".

A entidade informou que, nos casos de contaminação confirmada, as agĂȘncias passam por um processo de higienização. "Esses fechamentos variam diariamente e podem ocorrer por algumas horas ou até um dia, de acordo com o tamanho da agĂȘncia", explicou.

Segundo a federação, eventuais fechamentos para sanitização "não comprometem o atendimento bancĂĄrio". A Febraban garantiu, ainda, que "não hĂĄ qualquer prejuĂ­zo na prestação de serviços financeiros e bancĂĄrios à população."

Fonte: AgĂȘncia Brasil

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