Como modelo e jornalista, Danuza Leão se tornou uma personalidade marcante da cultura carioca no século 20. Na última quarta-feira, 22, a escritora, que sofria de enfisema pulmonar, morreu de insuficiência respiratória, aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Os familiares confirmaram a informação à TV Globo. O corpo será cremado no Cemitério do Caju, mas detalhes como data e horário não foram divulgados. Danuza nasceu em Itaguaçu, no Espírito Santo e, aos 10 anos, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. A carreira como modelo começou no início da década de 1950, sendo a primeira brasileira a desfilar no exterior. A jornalista era irmã da cantora Nara Leão (1942-1989) e a aproximação com grandes artistas da época a possibilitou acompanhar o surgimento da bossa nova em seu apartamento em Copacabana.
Ela viveu uma experiência como atriz em 1967 no filme “Terra em Transe”. Glauber Rocha assinou o roteiro e dirigiu o longa no qual Danuza interpretou Sílvia. Foi na década de 1990 que ela se consolidou como escritora. O livro de etiqueta “Na Sala com Danuza”, lançado em 1992, foi um dos mais vendidos daquele ano. Uma segunda edição da obra foi lançada em 2004. No ano seguinte, em 2005, a jornalista publicou “Quase Tudo”, um livro com memória que lhe rendeu um Prêmio Jabuti. Ela ganhou novamente a premiação em 2008, com “Danuza Leão Fazendo as Malas”. A autora também lançou “Danuza Leão de Malas Prontas” (2009) e “É Tudo Tão Simples” (2011).
O texto de Danuza não se destacou apenas nos livros, a escritora também atuou como cronista e foi colunista de veículos como Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo e caderno “ELA”, do O Globo. No âmbito pessoal, a ex-modelo foi casada por três vezes. A primeira foi com o jornalista Samuel Wainer, que fundou o jornal Última Hora. Eles tiveram três filhos: Samuel Wainer Filho, Pinky Wainer e Bruno Wainer. O filho que recebeu o nome do pai morreu em 1984, aos 29 anos, em um acidente de carro. Após o relacionamento com Samuel, Danuza casou outras duas vezes, com o cronista e compositor Antônio Maria e com o jornalista Renato Machado.
Fonte: Jovem Pan